DA REPORTAGEM LOCAL

A Alemanha tem uma das cenas mais intensas de música eletrônica experimental hoje. Quem viu as apresentações do Laub e da Ellen Alien no começo do ano nos festivais Hype, em São Paulo, e Eletronika, em Belo Horizonte, teve uma bela amostra dessa cena.
Nesta semana, mais dois nomes que contribuem para a fertilidade de idéias do submundo binário germânico desembarcam em São Paulo para participar do Klangscape - A Nova Paisagem Eletrônica Alemã, que acontece amanhã, 4/11, às 20h30, na Choperia do Sesc Pompéia (r. Clélia, 93, tel. 0/xx/11/ 3871-7700).
De Berlim, vem Schneider TM, cognome do produtor Dirk Dresselhaus. De Colônia, aporta por aqui o projeto Pluramon, encabeçado pelo produtor Marcus Schmickler.
Quem é leitor assíduo do Folhateen talvez lembre do Schneider TM, autor de uma versão eletrônica incrível de "There Is a Light That Never Goes Out", dos Smiths.
Isso porque seu disco mais recente, "Zoomer", que ainda não saiu no Brasil, foi um dos que o caderno lamentou não terem chegado ao país no ano passado, na reportagem que listava os dez não-lançamentos imperdoáveis de 2002 (ed. de 16/12/02).
Schneider TM tem sensibilidade de sobra para fazer um som que alterna quebradeiras boas de dançar com paisagens sonoras contemplativas, adicionando elementos do pop e de canções mais tradicionais em suas teias eletrônicas.
Assim, não surpreende que entre os remixes que ele assina estejam bandas que se destacam por criar canções sutis e elaboradas, como o Lambchop e o High Llamas.
Já Schmickler traz seu projeto Pluramon, uma banda que funde os sons de guitarra, baixo, bateria com bases de computador e mixagens em tempo real. É um som mais solto, repleto de texturas, que se aproxima tanto do pós-rock de um Tortoise quanto dos experimentos de um Four Tet.
Conhecido também como Wabi Sabi, Schimicker é membro de um dos coletivos mais radicais da atualidade, a M.I.M.E.O. (Music In Movement Electronic Orchestra), uma orquestra de improvisação eletrônica que usa, entre outros "instrumentos", laptops, rádios, sintetizadores analógicos e guitarras, e conta com a participação do veterano Keith Rowe (do AMM, grupo pioneiro da improvisação com eletrônica nos anos 60).

Palestra e workshop
Além do show amanhã, na quarta, às 19h30, haverá um debate no Instituto Goethe (r. Lisboa, 974, tel. 0/xx/3088-4288), responsável pela vinda dos músicos alemães, com a participação de Schneider TM e Marcus Schmickler. Os dois falarão sobre a música eletrônica alemã, do experimental ao pop.
Antes do debate, das 16h às 18h30, Schmickler dá um workshop sobre eletrônica, também no Instituto Goethe. Tanto a palestra quanto o workshop têm entrada franca.
O ingresso para os shows de Schneider TM e Pluramon no Sesc Pompéia custa R$ 15.
(GUILHERME WERNECK)


Texto Anterior: Lei que regula a atuação de jovens em fotos e nas passarelas é nebulosa
Próximo Texto: Panorâmica: O Napster pago vai dar certo?
Índice