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BALÃO
Ciao, Valentina!
DIEGO ASSIS
DA REPORTAGEM LOCAL
Cameron Diaz, Monica Bellucci, Christina Aguilera??? Que nada: a mulher
mais linda do mundo continua atendendo pelo nome de Valentina Rosselli e não
se fala mais nisso! Pena que é de papel...
Criada em 1965 como coadjuvante da
história de Neutron, "o homem do olhar
paralisante", foi essa mulher de cabelos
curtinhos quem paralisou o olhar de
uma penca de marmanjos que estavam à
procura de "quadrinhos intelectuais".
Mistura do rostinho de Louise Brooks,
diva do cinema mudo americano dos
anos 20, com as silhuetas esculturais das
mulheres de Godard e do cinema europeu dos anos 60, Valentina costumava tirar o fôlego dos leitores da revista "Linus", na Itália, "Charlie", na França, e
"Grilo", no Brasil -há 30 anos, no túnel
do tempo!-, com suas histórias que
misturavam literatura fantástica e policial, jazz, artes plásticas e uma generosa
dose de bumbuns e seios de fora.
Hoje cinquentona, a heroína sobrevive
nos álbuns de luxo esporadicamente reeditados pela LP&M e Martins Fontes (se
não nas grandes livrarias, é arroz de festa
nos sebos de HQs país afora). Órfã na ficção -coitadinha!-, Valentina acaba de
perder seu único e verdadeiro pai na vida
real, o mestre Guido Crepax. Aos 70
anos, o quadrinista italiano já não desenhava mais a bela morena nem nenhuma de suas outras "filhas", Anita, Bianca,
Emanuelle ou Justine. Mas qualquer um
que veja a sua arte, seguirá hipnotizado
pelo olhar de Valentina Rosselli.
E-mail: balao@folha.com.br
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