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São Paulo, segunda-feira, 04 de agosto de 2003

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BALÃO

Ciao, Valentina!

DIEGO ASSIS
DA REPORTAGEM LOCAL

Cameron Diaz, Monica Bellucci, Christina Aguilera??? Que nada: a mulher mais linda do mundo continua atendendo pelo nome de Valentina Rosselli e não se fala mais nisso! Pena que é de papel...
Criada em 1965 como coadjuvante da história de Neutron, "o homem do olhar paralisante", foi essa mulher de cabelos curtinhos quem paralisou o olhar de uma penca de marmanjos que estavam à procura de "quadrinhos intelectuais".
Mistura do rostinho de Louise Brooks, diva do cinema mudo americano dos anos 20, com as silhuetas esculturais das mulheres de Godard e do cinema europeu dos anos 60, Valentina costumava tirar o fôlego dos leitores da revista "Linus", na Itália, "Charlie", na França, e "Grilo", no Brasil -há 30 anos, no túnel do tempo!-, com suas histórias que misturavam literatura fantástica e policial, jazz, artes plásticas e uma generosa dose de bumbuns e seios de fora.
Hoje cinquentona, a heroína sobrevive nos álbuns de luxo esporadicamente reeditados pela LP&M e Martins Fontes (se não nas grandes livrarias, é arroz de festa nos sebos de HQs país afora). Órfã na ficção -coitadinha!-, Valentina acaba de perder seu único e verdadeiro pai na vida real, o mestre Guido Crepax. Aos 70 anos, o quadrinista italiano já não desenhava mais a bela morena nem nenhuma de suas outras "filhas", Anita, Bianca, Emanuelle ou Justine. Mas qualquer um que veja a sua arte, seguirá hipnotizado pelo olhar de Valentina Rosselli.

E-mail: balao@folha.com.br


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