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SP produz 15 milhões de quilos de lixo por dia
Sujeira daria uma montanha do tamanho de um prédio de 25 andares; só 1% é reciclado
10 bilhões de reais é quanto a cidade de São Paulo gasta, todo ano, por causa de congestionamentos de trânsito
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DA REPORTAGEM LOCAL
Desmatamento, poluição, animais em extinção. A impressão é que não há muito o que se comemorar nesse Dia Mundial do Meio Ambiente. Parece que os esforços de ambientalistas não têm conseguido vencer o descaso de autoridades e de grande parte da população,
que continua reclamando da sujeira das cidades, mas
não larga o hábito de jogar papel pela janela do carro.
O lixo é um dos maiores problemas das metrópoles.
São Paulo, por exemplo, produz 15 mil toneladas por
dia. Para que se tenha uma idéia, se fosse empilhado, o
lixo retirado em um único dia formaria uma montanha
da altura de um prédio de 25 andares. Atualmente, apenas 1% do lixo da cidade de São Paulo é reciclado. A prefeitura pretende aumentar esse número para 20% no
segundo semestre, com a construção de novos centros
de reciclagem e a melhora do sistema de coleta seletiva.
Além do lixo, outro problema típico das grandes cidades são os congestionamentos. Calcula-se que eles custem, por ano, cerca de R$ 10 bilhões para a cidade de
São Paulo. Esses custos se dividem em investimentos na
malha viária, tratamento das vítimas de acidentes e inúmeros problemas decorrentes da poluição causada pelos veículos, como doenças respiratórias.
Segundo o grupo ambientalista Greenpeace, não existe uma medida isolada capaz de mudar esse panorama.
Seria necessária a adoção de um "coquetel" de medidas,
como restringir o uso de veículos particulares e mudar
o combustível para algo não-poluente, como a eletricidade. Os próprios ativistas concordam, porém, que isso
só seria viável se houvesse transporte público suficiente
e se a tecnologia empregada nos carros elétricos fosse
acessível à população.
A poluição também agrava ainda mais o problema da
diminuição da camada de ozônio, que serve como escudo para os raios ultravioleta. Os raios, além de causar
doenças de pele e de vista, são responsáveis pelo aquecimento do planeta, que vem se intensificando nos últimos anos. Para se ter uma idéia desse aquecimento, nos
últimos 50 anos os alpes europeus perderam 50% da sua
cobertura de neve. Calcula-se que 6% da camada de
ozônio já tenha sido destruída, e que, para cada ponto
percentual perdido, apareçam 50 mil novos casos de
câncer de pele e 100 mil de cegueira no mundo. Só nos
Estados Unidos são registrados 12 mil novos casos de
câncer de pele por ano.
Problema menos visível para os habitantes das grandes cidades, o desmatamento e a falta de cuidado com as
reservas naturais são alguns dos assuntos que mais
preocupam os ecologistas. Segundo pesquisa divulgada
pela World Wildlife Foundation (WWF), um dos mais
respeitados órgãos internacionais dedicados à preservação ambiental, mais da metade dos parques e reservas
federais brasileiras só existem no papel. Segundo a entidade, apenas 41 das 88 reservas cumprem seu papel de
conservar a natureza. O mais triste é que esses parques
poderiam ser não somente boas reservas ecológicas, como também excelentes atrações turísticas auto-sustentáveis, já que são alguns dos últimos lugares onde ainda
é possível aproveitar a natureza.
(GG)
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