São Paulo, segunda-feira, 05 de junho de 2000


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SP produz 15 milhões de quilos de lixo por dia

Sujeira daria uma montanha do tamanho de um prédio de 25 andares; só 1% é reciclado


10 bilhões de reais é quanto a cidade de São Paulo gasta, todo ano, por causa de congestionamentos de trânsito


DA REPORTAGEM LOCAL

Desmatamento, poluição, animais em extinção. A impressão é que não há muito o que se comemorar nesse Dia Mundial do Meio Ambiente. Parece que os esforços de ambientalistas não têm conseguido vencer o descaso de autoridades e de grande parte da população, que continua reclamando da sujeira das cidades, mas não larga o hábito de jogar papel pela janela do carro.
O lixo é um dos maiores problemas das metrópoles. São Paulo, por exemplo, produz 15 mil toneladas por dia. Para que se tenha uma idéia, se fosse empilhado, o lixo retirado em um único dia formaria uma montanha da altura de um prédio de 25 andares. Atualmente, apenas 1% do lixo da cidade de São Paulo é reciclado. A prefeitura pretende aumentar esse número para 20% no segundo semestre, com a construção de novos centros de reciclagem e a melhora do sistema de coleta seletiva.
Além do lixo, outro problema típico das grandes cidades são os congestionamentos. Calcula-se que eles custem, por ano, cerca de R$ 10 bilhões para a cidade de São Paulo. Esses custos se dividem em investimentos na malha viária, tratamento das vítimas de acidentes e inúmeros problemas decorrentes da poluição causada pelos veículos, como doenças respiratórias.
Segundo o grupo ambientalista Greenpeace, não existe uma medida isolada capaz de mudar esse panorama. Seria necessária a adoção de um "coquetel" de medidas, como restringir o uso de veículos particulares e mudar o combustível para algo não-poluente, como a eletricidade. Os próprios ativistas concordam, porém, que isso só seria viável se houvesse transporte público suficiente e se a tecnologia empregada nos carros elétricos fosse acessível à população.
A poluição também agrava ainda mais o problema da diminuição da camada de ozônio, que serve como escudo para os raios ultravioleta. Os raios, além de causar doenças de pele e de vista, são responsáveis pelo aquecimento do planeta, que vem se intensificando nos últimos anos. Para se ter uma idéia desse aquecimento, nos últimos 50 anos os alpes europeus perderam 50% da sua cobertura de neve. Calcula-se que 6% da camada de ozônio já tenha sido destruída, e que, para cada ponto percentual perdido, apareçam 50 mil novos casos de câncer de pele e 100 mil de cegueira no mundo. Só nos Estados Unidos são registrados 12 mil novos casos de câncer de pele por ano.
Problema menos visível para os habitantes das grandes cidades, o desmatamento e a falta de cuidado com as reservas naturais são alguns dos assuntos que mais preocupam os ecologistas. Segundo pesquisa divulgada pela World Wildlife Foundation (WWF), um dos mais respeitados órgãos internacionais dedicados à preservação ambiental, mais da metade dos parques e reservas federais brasileiras só existem no papel. Segundo a entidade, apenas 41 das 88 reservas cumprem seu papel de conservar a natureza. O mais triste é que esses parques poderiam ser não somente boas reservas ecológicas, como também excelentes atrações turísticas auto-sustentáveis, já que são alguns dos últimos lugares onde ainda é possível aproveitar a natureza. (GG)



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