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MÚSICA
Dupla de drum'n'bass Drumagick, formada na periferia
de São Paulo, ganha a Europa usando timbres brasileiros
Samba'n'bass
DA REPORTAGEM LOCAL
O samba rock e o drum'n'bass caminham juntos. Pelo menos no Brasil.
Em praticamente todos os lançamentos recentes do estilo -como os discos de Marky e XRS e Patife-, o samba
com o suingue do rock tem presença garantida. O segundo álbum da Drumagick,
dupla formada, em meados dos anos 90,
pelos irmãos Guilherme Lopes, 22, e
JrDeep, 26, comprova a tese.
"Checkmate!" conta com duas faixas que
usam trechos de "Beco sem Saída", de Sílvio César, e "Luiza Manequim", de Abílio
Manoel, ambas dos anos 70, época em que
o estilo reinava em bairros da periferia de
São Paulo, como Campo Limpo (zona sul),
onde o duo iniciou o trabalho com música.
"Começamos usando softwares amadores para criar vinhetas em rádios piratas. A
maioria dos DJs que surgiram entre 90 e 94
tocava em rádios comunitárias, piratas ou
em equipes de som que faziam festas. A
gente tocava jungle [estilo anterior ao
drum'n'bass] numa rádio. Em 97, já tínhamos nossa primeira demo, que distribuímos para DJs, como Marky, Andy e Patife.
Ficamos conhecidos", conta Guilherme.
Mas o que tinha força na área era o hip
hop e a house music. O samba rock só passou a ser obrigatório recentemente.
"Até alguns anos atrás, a música brasileira não era presente na minha vida. Com o
tempo, começamos a querer ouvir coisas
novas para nós. Acabei tendo contato com
a música brasileira e fiquei interessado. Hoje, é uma das nossas marcas: misturar texturas de timbres brasileiros e criar d'n'b."
Com a mistura dando samba, literalmente, o grupo se viu ganhando espaço fora do
país. Na Inglaterra, no ano passado, foram
lançadas 13 músicas do Drumagick, e o duo
embarcou numa turnê européia no início
do ano. "A estrutura da música brasileira
no d'n'b é sempre muito bem recebida na
Europa."
(LEANDRO FORTINO)
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