São Paulo, segunda-feira, 05 de outubro de 2009

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Álvaro Pereira Júnior - cby2K@uol.com.br

Jim Carroll, uma pessoa que morreu

Morreu outro dia um cara que você deveria ter conhecido, mesmo que só no papel: Jim Carroll, nova-iorquino loucaço, escritor e roqueiro. Tinha 60 anos e todos os problemas circulatórios do mundo. Cachaça, cigarro, heroína etc. Teve um ataque cardíaco fulminante no mesmo apartamento onde cresceu. Meses antes, ao dispensar uma namorada jovenzinha, explicou: "Você merece coisa melhor".
Pirei quando li, início dos anos 90, o livro que marcou Carroll, os "Basketball Diaries". Histórias de uma fluidez absurda, sobre um moleque safo nascido e criado em Manhattan. O cara é bonito, escreve para caramba, pega geral, arrebenta no basquete, é amigo de todos os malacos da área. Como pano de fundo, drogas injetáveis. Muitas. Sei lá se é verdade. Comigo, colou. Virei fã.
Gostava especialmente de ele se referir aos mortos como "pessoas que morreram". "People Who Died" era também o nome de uma canção do grupo dele, a Jim Carroll Band.
Vejo "The Basketball Diaries" como um dos pontos mais altos dos romances sobre a rua. Comparáveis, dos que conheço, só "Junky", de William Borroughs, e "Homeboy", de Seth Morgan (se você fala bem inglês, vale muito correr atrás deste último -parece que foi escrito no e sobre o baixo Augusta, Red Light District paulistano, 2009).
Sei que "The Basketball Diaries" virou filme com Leonardo DiCaprio. Nunca vi, nunca conversei sobre, não me interessa. Recomendo vivamente o livro, de preferência no original, em inglês.
Ainda dá tempo de conhecer Jim Carroll.
Fiquei chateado porque ninguém me esculhambou por dois erros da semana passada. Chamei de baixista a Baria Qureshi, do The XX. Ela toca guitarra. E errei o nome da melhor música deles: "Crystalised", e não "Cristalysed", como saiu. Ou os leitores não andam tão atentos, ou ninguém mais lê a coluna (o que acho mais provável).

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Obituário de Jim Carroll O do "New York Times" é emocionante. Mais reportagem do que obituário: is.gd/3SUMF.

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‘Heart Skipped a Beat’, The XX
Já passei da idade de gostar tanto de uma banda, mas fazer o quê? Aqui: is.gd/3SUTI.

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Seja feliz: apague da sua vida qualquer coisa ligada a essa banda inglesa, pior a cada dia.

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