São Paulo, segunda-feira, 05 de novembro de 2001

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EDUCAÇÃO

Participantes criticam ações dos organismos internacionais

Ataques ao neoliberalismo dominam fórum

MIRELLA DOMENICH
FREE-LANCE PARA A FOLHA

FMI, Bird, OMC. Já ouviu falar? Estas são as siglas de Fundo Monetário Internacional, Banco Mundial e Organização Mundial de Comércio. E o que estes organismos internacionais têm a ver com você?
A atuação deles em países de governos neoliberais (política que defende a diminuição da intervenção do Estado na economia), como o Brasil, pode limitar mais o acesso de jovens a escolas e universidades.
Essa, pelo menos, é a opinião de estudantes, professores, políticos e sindicalistas que debateram a educação no mundo globalizado durante o Fórum Mundial de Educação, em Porto Alegre (RS), de 24 a 27 de outubro.
O evento reuniu 15 mil participantes de 60 países. Críticas ao neoliberalismo foram o tema central da maioria dos debates, que discutiram também trabalho, cultura, tecnologia e exclusão social.
"Sem ensino público, só quem tem dinheiro poderá ter acesso à educação nas escolas privadas", afirma o professor da Universidade do Porto (Portugal) Steve Stoer. "Seguindo a lógica neoliberal, a educação deixa de ser um direito e vira mercadoria."
Mas qual a relação daqueles organismos com a privatização do ensino? O estudante de ensino médio Diego Moschkovich, 16, do Comitê Pró-Mobilização Estudantil, acredita que "com o neoliberalismo, o governo deixa de investir em suas responsabilidades básicas, que ficam sob o poder das empresas, porque é pressionado pelos organismos internacionais."
Desde 1998, o FMI, por exemplo, empresta dinheiro para o Brasil equilibrar sua economia. Em troca, o país é obrigado a fazer sua parte, reduzindo seu endividamento, por exemplo. Em consequência, diminui investimentos em áreas essenciais como educação e saúde.
O fórum foi uma prévia do 2º Fórum Social Mundial, que acontece em Porto Alegre de 31 de janeiro a 5 de fevereiro de 2002.


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