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EDUCAÇÃO
Participantes criticam ações dos organismos internacionais
Ataques ao neoliberalismo dominam fórum
MIRELLA DOMENICH
FREE-LANCE PARA A FOLHA
FMI, Bird, OMC. Já ouviu falar?
Estas são as siglas de Fundo Monetário Internacional, Banco Mundial e Organização Mundial de Comércio. E o que estes organismos
internacionais têm a ver com você?
A atuação deles em países de governos neoliberais (política que defende a diminuição da intervenção
do Estado na economia), como o
Brasil, pode limitar mais o acesso
de jovens a escolas e universidades.
Essa, pelo menos, é a opinião de
estudantes, professores, políticos e
sindicalistas que debateram a educação no mundo globalizado durante o Fórum Mundial de Educação, em Porto Alegre (RS), de 24 a
27 de outubro.
O evento reuniu 15 mil participantes de 60 países. Críticas ao
neoliberalismo foram o tema central da maioria dos debates, que
discutiram também trabalho, cultura, tecnologia e exclusão social.
"Sem ensino público, só quem
tem dinheiro poderá ter acesso à
educação nas escolas privadas",
afirma o professor da Universidade
do Porto (Portugal) Steve Stoer.
"Seguindo a lógica neoliberal, a
educação deixa de ser um direito e
vira mercadoria."
Mas qual a relação daqueles organismos com a privatização do
ensino? O estudante de ensino médio Diego Moschkovich, 16, do Comitê Pró-Mobilização Estudantil,
acredita que "com o neoliberalismo, o governo deixa de investir em
suas responsabilidades básicas,
que ficam sob o poder das empresas, porque é pressionado pelos organismos internacionais."
Desde 1998, o FMI, por exemplo,
empresta dinheiro para o Brasil
equilibrar sua economia. Em troca,
o país é obrigado a fazer sua parte,
reduzindo seu endividamento, por
exemplo. Em consequência, diminui investimentos em áreas essenciais como educação e saúde.
O fórum foi uma prévia do 2º Fórum Social Mundial, que acontece
em Porto Alegre de 31 de janeiro a 5
de fevereiro de 2002.
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