São Paulo, segunda-feira, 06 de fevereiro de 2006

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CIÊNCIA

Resposta para (QUASE) tudo

DA REPORTAGEM LOCAL

Aprendemos na escola quais são as camadas que formam o subsolo na Terra. Mas como podemos ter certeza disso uma vez que, se o nosso planeta fosse uma maçã, ainda não teríamos rompido nem a casca? Aliás, pouco sabemos da grande maioria das coisas que aconteceram durante a história do terceiro corpo que se movimenta ao redor do Sol, afinal, os humanos modernos como nós existem por apenas 0,0001% da história da Terra.
Ao perceber que ignorava o porquê dos oceanos serem salgados, o jornalista americano Bill Bryson constatou, com certa frustração, que tinha pouquíssimo conhecimento sobre o planeta em que vivia. E começou a ter dúvidas. Muitas mesmo.
Queria descobrir o que aconteceria se fôssemos atingidos por um meteoro? O que sabemos de verdade sobre terremotos e vulcões? Como é o interior de uma célula se comparada a objetos do mundo que vemos? Como podemos ter tanta certeza de quem são nossos ancestrais?
São centenas de perguntas que vão sendo respondidas (ou muitas vezes não) nos 30 capítulos de "Breve História de Quase Tudo" (Companhia das Letras, 544 págs., R$ 54), da teoria do "big bang" e os primórdios, passando pelas histórias de cientistas e suas descobertas incríveis -e também por alguns charlatães que só atrapalharam o conhecimento- e tentando, sem sucesso, desvendar como evoluímos ao que somos hoje, "pessoas capazes de falar, produzir arte e organizar atividades completas".
Suas pesquisas e entrevistas levaram três anos para se transformar no livro. Ele dedica páginas e páginas da obra para mostrar suas fontes de informações e a vasta bibliografia consultada. Mas o mais legal é o modo como ele conta as histórias, às vezes em um tom de fofoca, colocando ao final de cada capítulo uma amostra do que escreverá no próximo.
E, se o livro é direcionado aos curiosos e contestadores, esse estilo de narrativa só aumenta mais a ânsia de terminar logo o livro e ver tudo o que Bill Bryson descobriu para facilitar a nossa compreensão da vida.
Para os mais impressionados com a realidade e desesperados com o que possa vir a acontecer com a humanidade, talvez o livro seja um pouco pesado, afinal, revela que a nossa vida está sujeita a todo o tipo de perigo, tanto externos (objetos do espaço) quanto internos (terremotos e vulcões), que a nossa existência está ameaçada e que há muito pouco que possamos fazer. Se serve de consolo, já vivemos assim há alguns milhões de anos. (LEANDRO FORTINO)

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