PAULO SANTOS LIMA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Por mais que os efeitos espetaculares utilizados no "King Kong" que está atualmente em cartaz nos cinemas façam do gorilão algo insuperável, a versão de Peter Jackson não chega aos pés (ou às patas) do original dirigido por Merian C. Cooper e Ernest B. Schoedsack em 1933. Com técnicas que parecem demasiado artesanais hoje, esse clássico acaba de ser lançado em DVD (Warner).
E, se você é daqueles que ficaram fascinados com a história do macacão, o Folhateen preparou uma seleção para explicar como outros monstros e criaturas horripilantes marcaram a história do cinema.
Hoje, o "King Kong" dos anos 30 pode ser visto como uma aula de como fazer um filme de aventura. Para se ter uma idéia, boa parte dos recursos utilizados na época ainda são aproveitados pelas superproduções atuais. Não é à toa que o diretor de "Senhor dos Anéis" manteve sua refilmagem o mais fiel possível à história original.
A produção daquela época contou com a mão de Willis O'Brien, que era um grande especialista do "stop motion" (técnica que filma, quadro-a-quadro, bonecos articulados em cenários em escala, dando a impressão de movimento). O mesmo truque foi utilizado, por exemplo, por Tim Burton para fazer "A Noiva Cadáver" (2005).
O ótimo documentário que está no DVD permite entender várias efeitos. Por exemplo, como as cenas de "stop motion" eram projetadas em uma tela para interagir com os atores reais ou, ainda, como a música incidental interagia com os acontecimentos da tela, algo inédito até então.
É curioso saber também que a história de "King Kong" foi inspirada nas aventuras do próprio Cooper, que foi aviador e lutou em três guerras. O sonhador quase fez a produtora que bancou o projeto, a RKO, ir à falência, mas as imagens que criou foram tão poderosas que se imortalizaram, como o triste momento no qual o pobre primata é metralhado no Empire State.
Os criadores daquele "King Kong" fariam ainda uma seqüência do filme, no mesmo ano, "O Filho de Kong" (33). Depois, uma outra produção sobre um macaco simpático, feito também em "stop motion", "Mighty Joe Young" (49).
As criaturas que pegaram carona em King Kong são muitas -como a do trash japonês "King Kong vs. Godzilla" (62), de Ishiro Honda-, e fizeram com que o gorilão se libertasse e ganhasse vida própria.


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