São Paulo, segunda-feira, 06 de fevereiro de 2006

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Outras criaturas, de 10 a 10 mil centímetros

Godzilla
Com cem metros de altura, o réptil é o maior monstro do cinema. Nasceu no Japão, onde estreou em 1954 em "Gojira", de Ishiro Honda. Seu criador, o produtor japonês Tomoyuki Tanaka, da Toho, pensou numa criatura meio dinossauro meio lagarto, afetada pelos testes nucleares no Pacífico, que destruía Tóquio. Das mais de 20 continuações, boa parte delas lançada há pouco em DVD nos EUA, todas trash, vale "Mothra vs. Gojira" (64), no qual ele luta contra uma mosca gigantesca. Espertos, os americanos, apaixonados pelo enorme lagarto, remontaram "Gojira", em 1956, como "Godzilla, o Rei dos Monstros". Mais engraçado foi o remake assinado por Roland Emmerich, "Godzilla" (98).

Ultraseven, Ultramen e Espectroman
Seguindo a mesma linha, a TV também contou com inúmeros outros seriados rodados nos anos 60 e 70, como "Ultraseven", "Ultraman" e "Espectroman", que seguiam a cartilha dos monstros que destruíam uma Tóquio cenográfica enquanto eram repelidos por heróis também crescidos. Tudo com muito papelão e fantasias de borracha.

Tentáculos
É o que tem o polvo gigante de "It Came from Beneath the Sea" (55), de Robert Gordon. Também fruto de experiências nucleares, ele ataca toda a Costa Oeste dos EUA com seus envolventes tentáculos. Inédito no país, volta e meia passa na TV paga e foi lançado em DVD nos EUA. Há também o polvo que azucrina a tripulação da Nautilus em "20 Mil Léguas Submarinas" (54), de Richard Fleischer, clássica adaptação cinematográfica de outro clássico, o livro de Julio Verne.

ETs
São tantos os ETs que visitaram a Terra... Um deles é o de "A Bolha Assassina" (58), clássico de ficção científica B, com o ator Steve McQueen às voltas com a tal gosma que vai mudando de tamanho e forma. A obra-prima indispensável é assinada por John Carpenter, "O Enigma do Outro Mundo" (82), onde a criatura vai invadindo corpos, explodindo-os e se reciclando, a fim de tomar forma em plena Antártida. Perto dela, o alien que atormenta a destemida Ripley e seu colegas astronautas de "Alien - O Oitavo Passageiro" (79), thriller espacial de Ridley Scott, é bolinho.

Aranhas, insetos...
No clássico "Tarântula" (55), o tal aracnídeo, em tamanho extra-grande, faz estrago numa cidade americana. Não tão solitárias são as formigas de "O Mundo em Perigo" (54), de Gordon Douglas, outras que também sofreram efeitos (bem visíveis) da radioatividade. E no caso de "Tropas Estelares" (97), de Paul Verhoeven, ainda que os personagens teimem em chamar aquelas coisas monstruosas de aracnídeos, são mais insetos enormes, meio do tamanho de um elefante e um bocado vorazes, com os quais os heróis do filme têm de lutar, em batalhas não menos que sangrentas. Na crítica ácida à cultura do belicismo, temos também uma bela homenagem às produções baratas. E o cientista de "A Mosca" (87), de David Cronenberg, teve o azar de se misturar ao gene de uma mosca, o que fará com que, graças a extraordinários efeitos de maquiagem, ele se transforme em algo não menos que horripilante.

Dinossauros
Não são bem monstros, ainda que o estrago seja similar. Neste caso, bastam os de Steven Spielberg, em "Jurassic Park - Parque dos Dinossauros" (93), que bebe da fonte de "O Mundo Perdido" (1925), de Harry O. Hoyt, onde Will O’Brien, de "King Kong", utilizou seu stop motion com resultados extraordinários.

Fantasia
No reino da ficção científica, sobre espaço para a esquisitice. Nos três primeiros "Guerra nas Estrelas" rodados entre 1977 e 1983, temos coisas como um abominável homem das neves que ataca o herói jedi ("O Império Contra-Ataca") e um gigantesco buraco na areia desértica que, na verdade, é a traquéia de um monstro horrendo ("O Retorno de Jedi"). Onde, aliás, o Coisa Jabah joga seus prisioneiros. A trilogia "Senhor dos Anéis" oferece de bestas acorrentadas a árvores colossais que lutam como soldados, tudo muito possível graças à computação gráfica, a maior estrela desses filmes.

A Casa
Há quem ache que não, mas a casa pode ser um ambiente tenebroso, com gatos ferozes e aranhas gigantescas... de até 5 cm. Pelo menos para o "O Incrível Homem Que Encolheu" (57), obra-prima do rei da ficção científica B, Jack Arnold, cujo título diz tudo. Graças à radiação nuclear (pra variar), um homem vai encolhendo infinitamente. Os graus de dificuldade crescem conforme a estatura do infeliz, que a horas tantas usa um alfinete para "espadar" a tal aranha.


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