São Paulo, segunda-feira, 06 de fevereiro de 2006

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MÚSICA

Responsáveis pela formação musical roqueira de muitos adolescentes, os Strokes chegam ao terceiro disco, "First Impressions of Earth"

Iniciação pelo rock

Divulgação
Integrantes da banda de rock nova-iorquina Strokes, que lança agora seu terceiro disco, "First Impressions of Earth"


DA REPORTAGEM LOCAL

Se entre roqueiros veteranos, os Strokes são uma banda cultuada, para vários adolescentes o grupo nova-iorquino representa muito mais. Pelas canções básicas com letras de amor do grupo, muitos teens tiveram sua iniciação ao rock'n'roll.
Giovanna Caboclo, 14, gostava de Britney Spears quando o primeiro disco dos Strokes foi lançado. Por intermédio da irmã mais velha, ouviu "Is This It" e confessa que não gostou muito da primeira vez, achou todas as músicas "meio iguais".
Alguns meses depois, assistiu ao clipe de "12:51", do segundo disco, "Room On Fire", e gostou. É claro que o visual do grupo também ajudou um pouco. Afinal, eles são bonitos e estilosos. Curiosa, ela resolveu ouvir de novo as canções antigas e "Is This It" se tornou seu disco favorito.
O grupo acabou funcionando como uma porta de entrada para o gênero musical que ela mais curte hoje em dia.
Além da banda nova-iorquina, ela ouve Libertines, Sonic Youth, punk rock e até post-rock. Só não gosta de emo e metal.
"Eu comecei a gostar de música mesmo depois de ouvir os Strokes. Antes eu ouvia aquilo que as minhas amigas falavam", conta a hoje roqueira assumida, que prefere passar horas baixando músicas na internet a "perder tempo" com Orkut e outras manias virtuais.
Se para Giovana a banda foi uma iniciação ao rock, para Evelyn Pereira, a Eve McCartney, 16, os Strokes abriram as portas para a produção musical atual.
Até conhecer o grupo nova-iorquino ela ouvia apenas rock clássico, como Beatles (daí o apelido "McCartney'), e nenhuma banda atual parecia interessante. O primeiro disco de rock com menos de 30 anos de idade que lhe chamou a atenção foi "Room On Fire", seu preferido até hoje.
"A partir dos Strokes, comecei a ouvir bandas novas, como The Hives e Arcade Fire", diz. Hoje, ela ouve muito mais bandas atuais do que antigas. Nina Cappello, 16, tem história semelhante. Filha de roqueiros, cresceu ouvindo o rock alternativo de Nick Cave, Belle & Sebastian e Smiths.
Foi o pai que lhe mostrou Strokes pela primeira vez e a sonoridade do grupo chamou a atenção para a cena rocker atual. Hoje, ela ouve bandas como Libertines, Babyshambles e Franz Ferdinand.

"First Impressions"
À primeira audição, o novo disco dos Strokes pode soar um pouco estranho. O rock simples e direto que fez a fama do grupo ainda está lá, mas há também novidades, como os vocais mais melódicos, guitarras menos distorcidas.
Considerado pelos próprios integrantes o trabalho mais elaborado e maduro do grupo, "First Impressions of Earth" tem também novo produtor. No lugar de Gordon Raphael (responsável pelos dois primeiros trabalhos), entra David Kahne.
Mas será que tanta maturidade agrada aos fãs adolescentes? "Da primeira vez que eu ouvi, não parecia Strokes. Mas depois percebi que eles estão mais soltos, as letras são melhores. Achei muito legal", diz Nina.
"Gostei. Eles estão mais fofos, as músicas mais felizes. Adoro "You Only Live Once", "Heart in a Cage", "Razorblade" e "Evening Sun". Mas tem algumas que eu ainda estou me acostumando", confessa Giovanna. (LETICIA DE CASTRO)


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