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MÚSICA
Responsáveis pela formação
musical roqueira de muitos
adolescentes, os Strokes
chegam ao terceiro disco,
"First Impressions of Earth"
Iniciação pelo rock
Divulgação
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Integrantes da banda de rock nova-iorquina Strokes, que lança agora seu terceiro disco, "First Impressions of Earth" |
DA REPORTAGEM LOCAL
Se entre roqueiros veteranos, os Strokes são uma banda cultuada, para vários adolescentes o grupo nova-iorquino representa muito mais. Pelas canções básicas com letras de amor do grupo,
muitos teens tiveram sua iniciação ao
rock'n'roll.
Giovanna Caboclo, 14, gostava de Britney
Spears quando o primeiro disco dos Strokes foi lançado. Por intermédio da irmã
mais velha, ouviu "Is This It" e confessa que
não gostou muito da primeira vez, achou
todas as músicas "meio iguais".
Alguns meses depois, assistiu ao clipe de
"12:51", do segundo disco, "Room On Fire", e gostou. É claro que o visual do grupo
também ajudou um pouco. Afinal, eles são
bonitos e estilosos. Curiosa, ela resolveu
ouvir de novo as canções antigas e "Is This
It" se tornou seu disco favorito.
O grupo acabou funcionando como uma
porta de entrada para o gênero musical que
ela mais curte hoje em dia.
Além da banda nova-iorquina, ela ouve
Libertines, Sonic Youth, punk rock e até
post-rock. Só não gosta de emo e metal.
"Eu comecei a gostar de música mesmo
depois de ouvir os Strokes. Antes eu ouvia
aquilo que as minhas amigas falavam",
conta a hoje roqueira assumida, que prefere passar horas baixando músicas na internet a "perder tempo" com Orkut e outras
manias virtuais.
Se para Giovana a banda foi uma iniciação ao rock, para Evelyn Pereira, a Eve
McCartney, 16, os Strokes abriram as portas para a produção musical atual.
Até conhecer o grupo nova-iorquino ela
ouvia apenas rock clássico, como Beatles
(daí o apelido "McCartney'), e nenhuma
banda atual parecia interessante. O primeiro disco de rock com menos de 30 anos de
idade que lhe chamou a atenção foi "Room
On Fire", seu preferido até hoje.
"A partir dos Strokes, comecei a ouvir
bandas novas, como The Hives e Arcade Fire", diz. Hoje, ela ouve muito mais bandas
atuais do que antigas. Nina Cappello, 16,
tem história semelhante. Filha de roqueiros, cresceu ouvindo o rock alternativo de
Nick Cave, Belle & Sebastian e Smiths.
Foi o pai que lhe mostrou Strokes pela
primeira vez e a sonoridade do grupo chamou a atenção para a cena rocker atual.
Hoje, ela ouve bandas como Libertines,
Babyshambles e Franz Ferdinand.
"First Impressions"
À primeira audição, o novo disco dos
Strokes pode soar um pouco estranho. O
rock simples e direto que fez a fama do grupo ainda está lá, mas há também novidades, como os vocais mais melódicos, guitarras menos distorcidas.
Considerado pelos próprios integrantes o
trabalho mais elaborado e maduro do grupo, "First Impressions of Earth" tem também novo produtor. No lugar de Gordon
Raphael (responsável pelos dois primeiros
trabalhos), entra David Kahne.
Mas será que tanta maturidade agrada
aos fãs adolescentes? "Da primeira vez que
eu ouvi, não parecia Strokes. Mas depois
percebi que eles estão mais soltos, as letras
são melhores. Achei muito legal", diz Nina.
"Gostei. Eles estão mais fofos, as músicas
mais felizes. Adoro "You Only Live Once",
"Heart in a Cage", "Razorblade" e "Evening
Sun". Mas tem algumas que eu ainda estou
me acostumando", confessa Giovanna.
(LETICIA DE CASTRO)
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