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MÚSICA
Artistas iniciantes falam sobre como começaram a arriscar seus primeiros acordes
O som e a pose
LUCIANA PAREJA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Você sonha em ter seu próprio Linkin Park? Ou dá seus gritinhos de
"riot girl"? Pois olhe para o lado.
Você não está sozinho(a). Tem um monte
de marinheiro de primeira viagem juntando a galera para fazer rock. Montar a primeira banda hoje não é só fazer música: é
questão de atitude. Cara de mau ou pinta
de bonzinho, não importa. O que vale é colar a música à imagem para criar uma identificação com seu público.
As integrantes do Miss Junkie levam o
papo a sério. Feministas declaradas, tocam
em festivais de bandas de meninas. "Você
fica mais à vontade para falar", explica Mariana Carvalho, 17, que divide os vocais
com Silvia Senne, 18. Completando, vêm
Fernanda Krajuska, 17, no baixo; Ana Luiza
de Carvalho, 15, na guitarra; e Thábata Vespuccio, 18, na bateria.
Ana Lu já fazia aulas de guitarra e Mari,
de canto. Procuraram então por amigas
que pudessem assumir outros instrumentos. É claro que a inspiração foi o Dominatrix, grupo da cena indie paulistana pioneiro em trazer só mulheres na formação.
A composição do repertório é democrática e tudo é cantado em inglês. "A gente fala
de amor, de desilusão, de preconceito, essas coisas", diz Mari. Tocar sempre para
um público feminista não inibe os meninos
de conhecerem o som da banda? "A gente
não pode escolher o público, mas nosso tema vale para todos", diz Silvia.
Quanto a entrar numa gravadora grande,
todas torcem o nariz, porque não querem
fazer concessões. "Continuamos cantando
em inglês, se formos para a mídia não vamos mudar nossos princípios, nosso discurso. Dinheiro é conseqüência", diz Mari.
Esse não é o pensamento do Minduz, primeiro grupo do vocalista e guitarrista Gabriel Poroger, que em 2003 chamou o também iniciante Rafael Spessoto, 18, e Márcio
Dutkiewcz, 26, para tocarem baixo e bateria. Depois, vieram Daniel Paranhos, 18,
também na guitarra, e André Tkacz, 22, DJ.
Eles gravaram um CD demo para divulgar o som da banda, entre hard e emocore.
A produção foi de José Luiz Zambianchi,
irmão do Kiko. "Levamos uns seis meses
para gravar o CD, até acertarmos os instrumentos para ficar legal", conta Gabriel.
Ao contrário do Miss Junkie, eles decidiram em reunião que a banda é profissão.
"Eu não me imagino acordando de manhã
e pondo um terno", diz Daniel. A estratégia
é fazer com que o maior número de pessoas
conheça o som do Minduz, ou seja, mandar
demo para todo mundo que eles acham
que possa ajudar.
Quanto mais novo o músico iniciante,
menos preocupado. Os meninos do M1D
(Maybe One Day) só querem saber de se divertir. Kenzo Sanematsu, 16, reuniu um
grupo de amigos que conheceu no grupo
de escotismo de que participava. Começaram a tocar covers de seus ídolos, como Yellow Card, Not by Choice e Sugar Cane.
Mas os garotos não fazem shows para o
grande público. "A gente não pensa em ficar famoso; se acontecer, legal", diz Kenzo.
Gostou? Também quer montar a sua
banda? Lembrete: o equipamento é caro.
Uma guitarra nova custa cerca de R$ 1.000,
fora amplificador e/ou hora de ensaio em
estúdio. Para pesquisar, é só dar um pulo
na rua Teodoro Sampaio, em São Paulo.
Outra opção com lojas é a rua Santa Ifigiênia, no centro da cidade.
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