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Pai teen passa dificuldades
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Não é nada mole a vida de um
adolescente. O que dizer, então,
das dificuldades de um pai
teen? Além de encarar os sermões dos próprios pais e o
olhar de reprovação dos sogros,
os garotos sofrem para exercer
sua paternidade precoce.
Sem condições financeiras
para criar seus pimpolhos,
muitos futuros papais acabam
confiando seus recém-nascidos
aos cuidados dos avós -paternos ou maternos.
"Quando os avós assumem a
frente da situação, o pai é jogado para escanteio. Torna-se um
coadjuvante na educação do filho", explica a psicanalista Walkíria Helena Grant, professora
da psicologia da USP.
"Mesmo que o jovem não tenha dinheiro, deve ter algum tipo de responsabilidade fixa
com seu filho. Que sejam três
horas por dia brincando ou levando para passear. Além de
ajudar a desenvolver a maturidade para encarar novas responsabilidades, isso estreita os
vínculos de afeto entre os dois".
Pesquisa da Casa do Adolescente, programa da Secretaria
Estadual de Saúde, realizada
entre 2003 e 2005, apontou
que 40% dos pais de 15 a 20
anos abandonam as parceiras
antes do nascimento do bebê.
Segundo a coordenadora do
projeto, Albertina Takiuti, uma
das principais causas desse
abandono é a baixa auto-estima das jovens mães. "As meninas grávidas perdem o poder de
negociação com os parceiros.
Se contentam com o fato de o
pai ter registrado o filho", diz.
Se fossem maiores de 18, esses pais fujões teriam sérios
problemas com a Justiça. No
entanto, a menoridade os impede de acabar na cadeia.
Quem sofre as conseqüências é a família do pai menor.
"Uma vez identificada a paternidade, os avós paternos são
obrigados a prover o sustento
da criança, até que o pai adolescente se estabilize no mercado
de trabalho ou complete 18",
afirma Ricardo Cabezon, presidente da Comissão de Direitos
da Criança e do Adolescente da
OAB-SP.
(DO)
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