São Paulo, segunda-feira, 07 de maio de 2001

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BATALHA
Jovens explicam sucesso

FREE-LANCE PARA A FOLHA

Três pessoas, três diferentes exemplos de como o jovem negro tem que se virar para conquistar um espaço na sociedade. Alisson Santos, 21, mora em Jundiaí (SP) e conta que, indiretamente, acabou entrando na faculdade por causa da vizinha. "Ela dizia que eu não conseguiria entrar na faculdade por ser negro".
Sentindo-se desafiado, Alisson arrumou um trabalho de servente de pedreiro para pagar um cursinho pré-vestibular. Atualmente, estuda engenharia química e trabalha como modelo da Noir (preto, em francês), uma agência exclusiva para modelos negros.
A atriz Taís Araújo, 22, considera-se privilegiada. Ela teve a chance de estudar e crescer num ambiente de classe média e acha que o melhor remédio contra o preconceito é "uma auto-estima bem trabalhada". Mesmo tento crescido num bairro nobre do Rio de Janeiro, ela também foi vítima de preconceitos. "Quando tinha uns 14 anos, fui fazer um teste para um comercial de sorvete. Quando cheguei, o cara me disse que nem adiantaria eu participar porque a propaganda não teria negros".
Sandro Rogerius Barbosa, 27, o Sandrão do grupo de rap RZO, cresceu em Pirituba, na periferia da zona oeste de São Paulo. Completou o primeiro grau, mas parou de estudar aos 13 anos porque não tinha vaga na escola. "Fiquei um ano parado. E, na periferia, camarão que dorme a onda leva. Então, tive que fazer outras correrias". Sandrão arrumou um emprego e, na rua, conheceu Helião, seu parceiro no RZO. Hoje ele vive da grana de shows e da produção de discos. (CF)


Agência Noir: tel. 0/xx/11/3875-4127. Agradecimentos: Composição (brincos), Mércia Brito (produção), Isabel Silva e Simone Pereira (maquiagem)





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