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BATALHA
Jovens explicam sucesso
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Três pessoas, três diferentes exemplos
de como o jovem negro tem que se virar para conquistar um espaço na sociedade. Alisson Santos, 21, mora em Jundiaí (SP) e conta que, indiretamente, acabou entrando na faculdade por causa da
vizinha. "Ela dizia que eu não conseguiria entrar na faculdade por ser negro".
Sentindo-se desafiado, Alisson arrumou um trabalho de servente de pedreiro para pagar um cursinho pré-vestibular. Atualmente, estuda engenharia química e trabalha como modelo da Noir
(preto, em francês), uma agência exclusiva para modelos negros.
A atriz Taís Araújo, 22, considera-se
privilegiada. Ela teve a chance de estudar
e crescer num ambiente de classe média
e acha que o melhor remédio contra o
preconceito é "uma auto-estima bem
trabalhada". Mesmo tento crescido num
bairro nobre do Rio de Janeiro, ela também foi vítima de preconceitos. "Quando tinha uns 14 anos, fui fazer um teste
para um comercial de sorvete. Quando
cheguei, o cara me disse que nem adiantaria eu participar porque a propaganda
não teria negros".
Sandro Rogerius Barbosa, 27, o Sandrão do grupo de rap RZO, cresceu em
Pirituba, na periferia da zona oeste de
São Paulo. Completou o primeiro grau,
mas parou de estudar aos 13 anos porque
não tinha vaga na escola. "Fiquei um ano
parado. E, na periferia, camarão que dorme a onda leva. Então, tive que fazer outras correrias". Sandrão arrumou um
emprego e, na rua, conheceu Helião, seu
parceiro no RZO. Hoje ele vive da grana
de shows e da produção de discos.
(CF)
Agência Noir: tel. 0/xx/11/3875-4127. Agradecimentos: Composição (brincos), Mércia Brito (produção), Isabel Silva e Simone Pereira (maquiagem)
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