JAIRO BOUER

COLUNISTA DA FOLHA

Para começar, é bom acabar com essa culpa! A masturbação diária não é responsável por aquilo que você está enfrentando. Aliás, foi a partir da masturbação que você descobriu o seu corpo, as possibilidades de prazer e a vontade de dividir isso com outra pessoa.
Agora a situação está difícil? Normal, meu caro! Você está partindo de uma aventura individual (masturbação) para o mundo do prazer a dois. E é natural que aconteçam dificuldades de adaptação.
Você se queixa de que seu pênis não fica em ereção por muito tempo e de que a ejaculação não chega na transa. Será que isso não está relacionado à falta de experiência, à falta de intimidade com sua parceira, à ansiedade brava e à cobrança excessiva de desempenho?
Muitas vezes, na pressa de iniciar a vida sexual, a gente queima etapas. A partir da masturbação individual, você não poderia ter ficado mais tempo nas carícias, na masturbação mútua e nas famosas preliminares? Será que ir para a transa não foi uma decisão rápida demais?
Daí, quando você sente que não vai "chegar lá" na relação sexual, recorre à sua velha conhecida: a masturbação. Até aí, sem problemas. Quando estamos inseguros com alguma coisa, vamos atrás daquilo que conhecemos. Mas por que será que rola esse constrangimento?
Parece que a masturbação passa a significar uma derrota, um sinal de falta de virilidade, em vez de ser uma aliada de seu prazer. Percebe a confusão? Qual é o problema de usar esse recurso na transa?
Quer uma dica? Calma! Não tenha tanta pressa em partir para a transa. Procure costurar sua vida sexual a uma relação afetiva que garanta mais intimidade. Não coloque culpas na pauta do dia e não tenha vergonha da masturbação. Ela é muito mais uma aliada do que uma inimiga, certo?



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