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Dá para encontrar alienígenas na internet, e não é nas salas de bate-papo que têm por aí
ALEXANDRE VERSIGNASSI
DA REPORTAGEM LOCAL
Planeta Zóion, Alpha Centauri, final de
campeonato na TV local.
"Ei, Korg, você acredita em aliens?", diz
a ET Ayah, sacudindo suas anteninhas.
"Ô, larga a mão de besteira e me deixa
ver o jogo de antenabol", rebate Korg.
Pobre Korg, aliás. Ele não imagina que
há um ano-luz (uns nove trilhões de quilômetros) de lá, um monte aliens peludos tentam ver o clássico zoioniano: são
os cientistas do Seti (sigla em inglês para
"busca por inteligência extraterrestre").
Eles vasculham o espaço em busca de
ondas eletromagnéticas -como as usadas pela televisão- que possam ter sido
transmitidas por alguma civilização ET.
E mais: outros 3 milhões de terráqueos
dão uma força para eles. São as pessoas
que baixaram o programa "Seti@home"
(Seti em casa). Ele é gratuito, está em
http://setiathome.berkeley.edu, e faz
com que você "empreste" o poder de
processamento do seu micro para os
cientistas. É que eles precisam fazer zilhões de cálculos para saber se algo captado por eles é ou não é um sinal de vida
extraterrestre. E, se você tiver o tal programa, parte dessas contas saem dos supercomputadores deles e vão ser feitas
na sua casa.
Funciona assim: eles mandam para você pela internet um bolo de problemas
matemáticos e, quando o micro estiver
ocioso, o programa começa a resolver as
contas.
Tudo muito legal. Mas há algo de gosto
duvidoso na coisa. É que rola um esquema McDonald's: quando o seu micro
completa mil cálculos, você pode ser escolhido pelo Seti como o "usuário da semana" -tipo aquela babaquice de "funcionário do mês". Vai ver, falta vida inteligente é aqui na Terra mesmo.
E-mail - aversignassi@uol.com.br
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