São Paulo, segunda-feira, 07 de maio de 2001

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Dá para encontrar alienígenas na internet, e não é nas salas de bate-papo que têm por aí

ALEXANDRE VERSIGNASSI

DA REPORTAGEM LOCAL

Planeta Zóion, Alpha Centauri, final de campeonato na TV local.
"Ei, Korg, você acredita em aliens?", diz a ET Ayah, sacudindo suas anteninhas.
"Ô, larga a mão de besteira e me deixa ver o jogo de antenabol", rebate Korg.
Pobre Korg, aliás. Ele não imagina que há um ano-luz (uns nove trilhões de quilômetros) de lá, um monte aliens peludos tentam ver o clássico zoioniano: são os cientistas do Seti (sigla em inglês para "busca por inteligência extraterrestre"). Eles vasculham o espaço em busca de ondas eletromagnéticas -como as usadas pela televisão- que possam ter sido transmitidas por alguma civilização ET.
E mais: outros 3 milhões de terráqueos dão uma força para eles. São as pessoas que baixaram o programa "Seti@home" (Seti em casa). Ele é gratuito, está em http://setiathome.berkeley.edu, e faz com que você "empreste" o poder de processamento do seu micro para os cientistas. É que eles precisam fazer zilhões de cálculos para saber se algo captado por eles é ou não é um sinal de vida extraterrestre. E, se você tiver o tal programa, parte dessas contas saem dos supercomputadores deles e vão ser feitas na sua casa.
Funciona assim: eles mandam para você pela internet um bolo de problemas matemáticos e, quando o micro estiver ocioso, o programa começa a resolver as contas.
Tudo muito legal. Mas há algo de gosto duvidoso na coisa. É que rola um esquema McDonald's: quando o seu micro completa mil cálculos, você pode ser escolhido pelo Seti como o "usuário da semana" -tipo aquela babaquice de "funcionário do mês". Vai ver, falta vida inteligente é aqui na Terra mesmo.

E-mail - aversignassi@uol.com.br


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