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Alvaro Pereira Júnior - cby2k@uol.com.br
A Copa do Mundo de que me mais me lembro
SE ALGUM adolescente lê
esta coluna e se liga em futebol, aviso: você vai medir
a sua vida pelas Copas do
Mundo que viu.
Engraçado, a Copa de
que mais me lembro é a de
1970, quando eu tinha sete
anos de idade.
Lembro que vimos a Copa de 70 numa TV Philco,
em preto e branco, com controle remoto físico!
A TV tinha uma peça chamada seletor, que a gente
girava para trocar de canal.
O controle fazia o seletor rodar sozinho, tipo fantasma!
Lembro que um conhecido do meu pai se meteu em
um rolo e foi em cana. Meu
pai, então, não estava em
casa em um dos jogos (não
lembro se Brasil 4 x 2 Peru
ou se Brasil 3 x 2 Romênia).
Lembro também que, por
causa da luz, ou do design
do uniforme, dava a impressão de que todos os jogadores da Inglaterra usavam
rabo de cavalo!
E tinha um tal de Lee, da
Inglaterra, que a minha
mãe odiava.
Lembro que meu pai dizia que o goleiro do Peru,
Rubiños, era cego.
E que eu achava o Cubilla, ponta malaco do Uruguai, parecido com o meu
tio Joaquim.
Lembro que no primeiro
jogo, contra a Tchecoslováquia, Petras fez 1 x 0 para
eles e inaugurou a era de comemorar gol com o sinal da
cruz (ironia: a Tchecoslováquia era comunista).
Lembro que, no dia do título, fomos à festa na avenida Nazaré, no Ipiranga (São
Paulo), e minha mãe cornetou umas moças com a franga mais solta.
E da última Copa, a de
2006, o que ficou?
Lembro que ignorei a seleção, como faço há muito
tempo, e torci só pelo Mineiro, único jogador do meu time, o São Paulo, convocado.
Mas Mineiro nem entrou em
campo. Ficou difícil.
Viva México 70.
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