São Paulo, segunda-feira, 07 de junho de 2010

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Alvaro Pereira Júnior - cby2k@uol.com.br

A Copa do Mundo de que me mais me lembro

SE ALGUM adolescente lê esta coluna e se liga em futebol, aviso: você vai medir a sua vida pelas Copas do Mundo que viu.
Engraçado, a Copa de que mais me lembro é a de 1970, quando eu tinha sete anos de idade.
Lembro que vimos a Copa de 70 numa TV Philco, em preto e branco, com controle remoto físico!
A TV tinha uma peça chamada seletor, que a gente girava para trocar de canal. O controle fazia o seletor rodar sozinho, tipo fantasma!
Lembro que um conhecido do meu pai se meteu em um rolo e foi em cana. Meu pai, então, não estava em casa em um dos jogos (não lembro se Brasil 4 x 2 Peru ou se Brasil 3 x 2 Romênia).
Lembro também que, por causa da luz, ou do design do uniforme, dava a impressão de que todos os jogadores da Inglaterra usavam rabo de cavalo!
E tinha um tal de Lee, da Inglaterra, que a minha mãe odiava.
Lembro que meu pai dizia que o goleiro do Peru, Rubiños, era cego.
E que eu achava o Cubilla, ponta malaco do Uruguai, parecido com o meu tio Joaquim.
Lembro que no primeiro jogo, contra a Tchecoslováquia, Petras fez 1 x 0 para eles e inaugurou a era de comemorar gol com o sinal da cruz (ironia: a Tchecoslováquia era comunista).
Lembro que, no dia do título, fomos à festa na avenida Nazaré, no Ipiranga (São Paulo), e minha mãe cornetou umas moças com a franga mais solta.
E da última Copa, a de 2006, o que ficou?
Lembro que ignorei a seleção, como faço há muito tempo, e torci só pelo Mineiro, único jogador do meu time, o São Paulo, convocado. Mas Mineiro nem entrou em campo. Ficou difícil.
Viva México 70.


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