UOL


São Paulo, segunda-feira, 07 de julho de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Diário de bordo

"A expedição ao Pico da Bandeira e ao Pico do Cristal foi uma experiência ótima. Usamos esse tempo isolados na montanha, sem nenhuma preocupação, para conversarmos e mantermos uma relação de amigos, e não somente de pais e filhos. Durante as caminhadas, sempre rola um clima descontraído, de alegria, mas de seriedade também, o que é necessário no montanhismo. Até agora, o momento mais marcante foi a tirolesa por uma fenda de cinco metros que fizemos para assinar o livro no outro cume do Pico das Agulhas Negras. Senti algo novo, que nunca havia sentido antes. Passei de uma ponta para a outra olhando 2.000 metros de queda. Agora, estou ansioso para subir o Pico da Neblina. É o mais alto, o que trabalha mais o psicológico. Quero ver se é tão difícil assim"
Renato Gribel, 17

"A primeira expedição foi diferente das outras pelo tipo de dificuldade que enfrentamos. Em vez de carregar mochilas pesadas e de caminhar por matas, tivemos de enfrentar o frio. O ataque ao Pico da Bandeira é feito de madrugada para podermos assistir ao nascer do sol lá de cima. A lua estava quase cheia e nem precisou de lanterna, mas, em compensação, a temperatura estava negativa o tempo inteiro, o que retardou nosso andamento. A trilha para o Pico da Pedra da Mina, que fizemos em abril, foi mais difícil porque as mochilas pesavam mais de 20 kg. Carregamos muita água, já que ficaríamos 28 horas sem encontrar um riacho no caminho. O momento que mais me marcou de todas as expedições foi no cume do Pico das Agulhas Negras. O livro de assinaturas ficava em outra "agulha" e tivemos de fazer uma tirolesa para chegar lá. Estava tudo seguro e meus pais me incentivaram a superar o medo. Fui recompensado."
André Gribel, 17

"A expedição à Serra do Caparaó foi superinteressante porque vimos várias siriemas e quatis. Os quatis eram tão gulosos que vinham para cima da gente atrás de comida. A subida ao Pico da Bandeira de madrugada fez com que sentíssemos muito frio. Quando estamos com frio, o nosso organismo trabalha mais devagar para tentar nos aquecer, e isso fez com que eu enjoasse um pouco na subida pois a comida que eu tinha jantado não havia sido digerida. Mas, mesmo assim, conseguimos chegar 20 minutos antes de o sol nascer"
Mariana Gribel, 11



Texto Anterior: Uma família nas alturas
Próximo Texto: Esporte: Febre de bola
Índice


UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.