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Diário de bordo
"A expedição ao Pico da Bandeira e ao
Pico do Cristal foi uma experiência ótima. Usamos esse tempo isolados na
montanha, sem nenhuma preocupação,
para conversarmos e mantermos uma relação de amigos, e não somente de pais e
filhos. Durante as caminhadas, sempre
rola um clima descontraído, de alegria,
mas de seriedade também, o que é necessário no montanhismo. Até agora, o momento mais marcante foi a tirolesa por
uma fenda de cinco metros que fizemos
para assinar o livro no outro cume do Pico das Agulhas Negras. Senti algo novo,
que nunca havia sentido antes. Passei de
uma ponta para a outra olhando 2.000
metros de queda. Agora, estou ansioso
para subir o Pico da Neblina. É o mais alto, o que trabalha mais o psicológico.
Quero ver se é tão difícil assim"
Renato Gribel, 17
"A primeira expedição foi diferente das
outras pelo tipo de dificuldade que enfrentamos. Em vez de carregar mochilas
pesadas e de caminhar por matas, tivemos de enfrentar o frio. O ataque ao Pico
da Bandeira é feito de madrugada para
podermos assistir ao nascer do sol lá de
cima. A lua estava quase cheia e nem precisou de lanterna, mas, em compensação,
a temperatura estava negativa o tempo
inteiro, o que retardou nosso andamento. A trilha para o Pico da Pedra da Mina,
que fizemos em abril, foi mais difícil porque as mochilas pesavam mais de 20 kg.
Carregamos muita água, já que ficaríamos 28 horas sem encontrar um riacho
no caminho. O momento que mais me
marcou de todas as expedições foi no cume do Pico das Agulhas Negras.
O livro de assinaturas
ficava em outra "agulha" e tivemos de fazer
uma tirolesa para
chegar lá. Estava tudo seguro e meus
pais me incentivaram a superar o medo.
Fui recompensado."
André Gribel, 17
"A expedição à Serra do Caparaó foi superinteressante porque
vimos várias siriemas e
quatis. Os quatis eram tão
gulosos que vinham para cima da gente atrás de comida.
A subida ao Pico da Bandeira
de madrugada fez com que sentíssemos muito frio. Quando estamos com frio, o nosso organismo trabalha mais devagar para
tentar nos aquecer, e isso fez com que eu
enjoasse um pouco na subida pois a comida que eu tinha jantado não havia sido
digerida. Mas, mesmo assim, conseguimos chegar 20 minutos antes de o sol
nascer"
Mariana Gribel, 11
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