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INTERNETS
Ronaldo Lemos - ronaldolemos09@gmail.com
Tudo o que é sólido se desmancha na rede
Pânico. De repente, milhões de links existentes na
internet param de funcionar. Referências a sites
feitas no Twitter, no YouTube e no Facebook, do
dia para noite, tornam-se inúteis. Ficção científica?
Atentado de ciberterrorismo? Apenas a mais pura realidade, derivada das tendências recentes de uso da rede.
Nas últimas semanas, o site Trim.to ameaçou fechar
as portas. Mesmo que você não conheça, já deve ter visto
sites que abreviam endereços da rede, como o bit.ly ou o
migre.me. Aqui no Folhateen mesmo eles sempre aparecem, inclusive nesta coluna, para poupar espaço.
No Twitter então, em que os posts são limitados a 140
caracteres, nem se fala. Muita gente recorre a essas
abreviações para postar links. Pois bem, o Trim.to é um
desses sites. Não é tão popular no Brasil, mas é bastante
usado fora daqui.
Acontece que sites como esse são empreendimentos
comerciais. Não há mágica. Todos estão à procura de
um lugar ao sol, de tráfego e de um modelo de negócios
que permita pagar as contas no fim do mês. E foi nisso
que o Trim.to falhou. Não conseguiu mais se sustentar,
o dinheiro acabou e ele ficou prestes a fechar as portas
(até que foi salvo de última hora por um investidor, não
se sabe por quanto tempo). O resultado seria todos os
links feitos pelo Trim.to deixarem de funcionar. Toda a
informação linkada por meio dele se desmancharia.
A lição é importante. O modelo que a internet está seguindo é o de que toda a informação tende a ficar armazenada na própria rede (a chamada "nuvem computacional"). O problema é que cada pedaço dela é de propriedade de alguém e pode sumir. Colocar informação
na nuvem é fácil. Retirar é que é difícil. Experimente
tentar fazer o download de tudo o que você inseriu no
Orkut, Twitter, Facebook de volta para o seu computador. Não há nenhum jeito fácil de fazer isso.
Esses sites são ótimos para absorver a informação,
mas péssimos para devolvê-la. Por isso, surgiu um movimento chamado "open cloud" (nuvem aberta), exigindo justamente a possibilidade de resgatar o que colocamos na nuvem, para não dependermos só dela. O link
para acessá-lo é trim.to/yae .
MONITOR
JÁ ERA
CDs como formato principal de venda de música
JÁ É
Música digital sendo distribuída e licenciada por sites (como o iTunes ou eMusic)
JÁ VEM
Música digital sendo distribuída e licenciada por apps em redes sociais (como o Music no Facebook)
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