São Paulo, segunda-feira, 07 de setembro de 2009

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INTERNETS

Ronaldo Lemos - ronaldolemos09@gmail.com

Tudo o que é sólido se desmancha na rede

Pânico. De repente, milhões de links existentes na internet param de funcionar. Referências a sites feitas no Twitter, no YouTube e no Facebook, do dia para noite, tornam-se inúteis. Ficção científica?
Atentado de ciberterrorismo? Apenas a mais pura realidade, derivada das tendências recentes de uso da rede. Nas últimas semanas, o site Trim.to ameaçou fechar as portas. Mesmo que você não conheça, já deve ter visto sites que abreviam endereços da rede, como o bit.ly ou o migre.me. Aqui no Folhateen mesmo eles sempre aparecem, inclusive nesta coluna, para poupar espaço.
No Twitter então, em que os posts são limitados a 140 caracteres, nem se fala. Muita gente recorre a essas abreviações para postar links. Pois bem, o Trim.to é um desses sites. Não é tão popular no Brasil, mas é bastante usado fora daqui.
Acontece que sites como esse são empreendimentos comerciais. Não há mágica. Todos estão à procura de um lugar ao sol, de tráfego e de um modelo de negócios que permita pagar as contas no fim do mês. E foi nisso que o Trim.to falhou. Não conseguiu mais se sustentar, o dinheiro acabou e ele ficou prestes a fechar as portas (até que foi salvo de última hora por um investidor, não se sabe por quanto tempo). O resultado seria todos os links feitos pelo Trim.to deixarem de funcionar. Toda a informação linkada por meio dele se desmancharia.
A lição é importante. O modelo que a internet está seguindo é o de que toda a informação tende a ficar armazenada na própria rede (a chamada "nuvem computacional"). O problema é que cada pedaço dela é de propriedade de alguém e pode sumir. Colocar informação na nuvem é fácil. Retirar é que é difícil. Experimente tentar fazer o download de tudo o que você inseriu no Orkut, Twitter, Facebook de volta para o seu computador. Não há nenhum jeito fácil de fazer isso.
Esses sites são ótimos para absorver a informação, mas péssimos para devolvê-la. Por isso, surgiu um movimento chamado "open cloud" (nuvem aberta), exigindo justamente a possibilidade de resgatar o que colocamos na nuvem, para não dependermos só dela. O link para acessá-lo é trim.to/yae .

MONITOR

JÁ ERA
CDs como formato principal de venda de música

JÁ É
Música digital sendo distribuída e licenciada por sites (como o iTunes ou eMusic)

JÁ VEM
Música digital sendo distribuída e licenciada por apps em redes sociais (como o Music no Facebook)


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