São Paulo, segunda-feira, 07 de novembro de 2005

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O2 NEURÔNIO

Cataclismas de fim de ano

JÔ HALLACK
NINA LEMOS
RAQ AFFONSO


O verão bem que podia ter chegado adiantado. Mas, não, na hora em que escrevemos essa coluna, usamos blusa de lã. As nossas férias também poderiam ter chegado adiantadas. Mas, não, se estamos escrevendo, é porque não estamos de férias (dã). Então, Deus do céu, porque logo o Natal foi chegar adiantado?
Sim, porque a impressão que temos, agora, nos primeiros dias de novembro, é que "então é Natal". Olhamos para as vitrines e elas já estão cheias de papai noel. Nossas mães já começaram a nos ligar perguntando onde vamos passar o dia 24. Os supermercados já estão vendendo panetones.
E, mais uma vez, assim como o resto da humanidade, vamos enlouquecer. A diferença é que, como agora o Natal começa em novembro, ficaremos um mês e meio enlouquecidas. Estamos surtadas porque:
1- A dúvida do Ano Novo já começou. E a dúvida de passar o Reveillón com o pretê também. Isso se a gente ainda tiver pretê. Isso se ainda existir mundo. Sim, estamos com paranóia de fim de mundo. Como não esperar que um furacão atinja o Rio de Janeiro no verão? Vai ter um maremoto bem ali no posto 9, em Ipanema. E a gente, que nem sabe pegar jacaré, vai estar na praia.
2- Teremos, quer dizer, já estamos tendo agora, a sensação de que o ano já está acabando e nós não fizemos nada! Bem, a gente até lançou um livro e está preparando outro, mas, de resto, achamos que não vivemos emoções suficientes.
3- Isso também nos faz pensar que mais um ano está acabando e a gente ainda não conseguiu parar de querer uma overdose de emoções e acontecimentos. Nunca nos contentamos com a nossa vida cotidiana. E achamos que vocês também são assim.
4- E depois de ler no jornal que houve um tiroteio em um shopping de São Paulo e que uma pessoa morreu, no meio da praça de alimentação, teremos um motivo a mais para ter paranóia quando formos fazer compras em shoppings lotados.
5- E, o pior, quando tudo passar, em janeiro, e já estivermos no novo ano, haverá cheques pré-datados. E as promessas de Ano Novo para cumprir. E um calor infernal para refrescar.

Momentos de histeria
"Paranóico é alguém que sabe qual é o tamanho do maremoto que está para chegar"

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