São Paulo, segunda-feira, 08 de março de 2004

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Festival chega ao Brasil

FREE-LANCE PARA A FOLHA

Feministas e simpatizantes da causa têm encontro marcado nos dias 13/3 e 14/3. Organizado em diversos países, o tradicional festival feminista LadyFest ganhará pela primeira vez uma versão brasileira.
Sob o tema "conhecimento para a resistência feminista", o LadyFest Brasil contará com workshops, oficinas, palestras, vídeos, exposições de fotografias, desenhos e pinturas e muita música ao vivo. Tudo feito por meninas -desde a organização do evento até as atrações.
A primeira etapa da maratona começará no próximo sábado às 16h, no clube paulistano Outs, com o workshop "Preservação e concerto de instrumentos musicais", dado pela banda Dominatrix. Após uma oficina de áudio, a escritora Vange Leonel dará a palestra "As mentiras que contam para nós: mitos sobre a feminilidade".
Às 19h, a banda Sündae abrirá a seqüência de shows. Os grupos Hidra, Lava e Cansei de Ser Sexy tocarão na mesma noite. No intervalo dos shows, um microfone estará à disposição para que as meninas dêem a sua mensagem. Para fechar a noite, DJs darão o som no Chá com Bolachas Riot.
No seu nascimento, há dez anos, o Riot Grrrl era atrelado à música punk e ao hardcore. Hoje, porém, o movimento expande seus horizontes e está mais ligado à atitude da mulher. Em seu segundo e último dia, que acontecerá no Hangar 110, o LadyFest Brasil receberá b-girls (dançarinas de break) e outras meninas do hip hop. A partir das 15h, estão previstos demonstrações de dança e workshop que abordará relatos da resistência feminina no hip hop. No mini-ramp (pista de skate) do Hangar 110, a skatista Patrícia Tomate mostrará suas manobras. Também serão apresentados vídeos, selecionados pela guitarrista Cynthia Davanzo.
Keep on Riot, Dominatrix e Hats tocarão a partir das 18h. O Santa Claus, projeto solo da baterista Cláudia Rom, 20, se apresentará no mesmo palco. Com letras em português que falam sobre homofobia, abuso sexual infantil e suas experiências, a integrante da banda Hidra mistura guitarra e bateria eletrônica. Cláudia tocou em bandas de garotos desde os 15 anos. "Achavam que eu era "roadie". Depois, ficavam me chamando de gostosa ou me mandavam ir para o fogão", relembra ela, que, hoje, diz não sentir mais esse tipo de preconceito.
Parte da renda do festival será revertida para o lançamento do segundo volume do CD "Punk Rock Não É Só para o Seu Namorado" -uma coletânea dupla da nova safra de bandas femininas brasileiras. O primeiro volume foi lançado há seis anos no formato fita cassete. (SBR)


LadyFest Brasil
Quando: 13 e 14 de março
Onde: Outs (r. Augusta, 486, Centro), dia 13/3; Hangar 110 (r. Rodolfo Miranda, 110, Bom Retiro), dia 14/3
Ingresso: R$ 7



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