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SEXO E SAÚDE
"Eu e minha namorada tentamos transar,
mas ela sentiu muita
dor. Devemos usar algum lubrificante?"
"Meu namorado quer
transar, e eu não tenho
lubrificação. Ele disse
que poderia tirar minha virgindade com o
dedo. É verdade?"
Primeira vez provoca medo e ansiedade
JAIRO BOUER
COLUNISTA DA FOLHA
Duas perguntas para vocês perceberem o
quanto a dificuldade das primeiras vezes é
um assunto que ocupa a cabeça de muitos jovens. Todo começo é um pouco complicado e
provoca medos e incertezas. Com a vida sexual, não poderia ser diferente!
É interessante perceber que a pergunta da
garota, de certa maneira, complementa a dúvida do garoto. Ele quer uma solução prática para transar com a namorada (lubrificante), e ela
quer saber se a proposta objetiva do namorado
(romper o hímen com o dedo) não poderia facilitar a vida do casal.
Outro ponto: os dois passaram muito perto
da causa do problema (medos e inseguranças)
e tiveram dificuldades para perceber que as garotas precisam se entender com essas emoções
antes de ficarem pensando em soluções supostamente simples, mas pouco eficazes.
As duas garotas devem estar tendo falhas de
lubrificação e dificuldades de dilatação da vagina por causa das emoções. Medo, tensão, insegurança, angústia, tudo isso atrapalha o relaxamento dos músculos e a produção de líquidos naturais do corpo. Sem isso, a relação fica
muito dolorosa. Aliás, isso dói muito mais do
que uma eventual ruptura do hímen (que é
uma membrana fina, facilmente rompível).
Ao primeiro casal, sugiro ter calma. Não é
preciso correr para tentar uma transa. A garota
tem de estar mais calma e relaxada. O garoto
pode ajudar não pressionando e caprichando
muito mais nas preliminares. O que é feito antes proporciona mais tranqüilidade, confiança
e deixa a menina mais à vontade.
É bom lembrar também que camisinha é
fundamental. E lubrificação extra, com um gel
à base de água, pode até ajudar, mas não vai resolver o problema se ela estiver muito nervosa.
O segundo casal também deve ter calma, entender que vai existir desconforto enquanto
não houver tranqüilidade e perceber que não é
o dedo a solução mágica do problema.
O principal componente da dor das primeiras vezes é a contração da vagina e a falha de lubrificação. Uma boa conversa, confiança e saber respeitar o momento da garota são o melhor caminho. Em
tempo: as duas moças
estão precisando ter
um bom papo com o
ginecologista, certo?
Jairo Bouer, 37, é médico. Se você tem dúvidas sobre saúde, escreva para o Folhateen ou para jbouer@uol.com.br
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