São Paulo, segunda-feira, 08 de maio de 2000 |
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pancadaria Luta livre renasce e quer voltar à TV
da Redação Sábado, 11 da manhã. Local: uma rua do Tatuapé. A tranquilidade é quebrada pela voz possante do locutor Renato Dias, que, de cima de um caminhão de som, chama os moradores para assistir à "luta do século": "De um lado, Trovão, o "Motoqueiro do Inferno", o lutador mais temido do Brasil; do outro, Nino Mercouri, o "Italianíssimo", o protetor das crianças!" Cerca de 300 pessoas se aglomeram em volta do ringue, armado no meio da rua. Começa a luta. Trovão aplica uma tesoura voadora e Nino é jogado para fora do ringue. Cai no asfalto. Uma senhora não se contém: "Vai, Nino, arrebenta esse bicho feio!" Trovão estrangula Nino nas cordas e esfrega limão em seus olhos. A senhora grita desesperada: "Isso não vale! Nino, pelo amor de Deus, reage!" Nino reage, é claro: com um golpe de judô, lança Trovão à lona; depois, toma impulso e voa em direção ao rival, com as pernas esticadas; o golpe pega em cheio no peito do motoqueiro, que é lançado por cima das cordas. Trovão agride o juiz e é desclassificado. Vitória de Nino Mercouri. Duas horas depois, Trovão, Nino, e todos os outros lutadores do dia -Alcaide, o "Ídolo Português", Flecha Ligeira, Califa das Tormentas, Caveirita e Viúva Negra- se reúnem para um churrasquinho. O clima é de festa. "É muito bom ver a alegria no rosto da criançada", diz Nino. A luta livre não pára. Todo fim de semana há combates, geralmente em ginásios de esporte na periferia ou no interior do Estado. A Associação Brasileira de Luta Livre, Abraluli (tel. 0/xx/11 6742-1151 e 9644-4288) fornece o calendário das lutas e agenda shows. "Nossa idéia é fazer com que a luta livre volte a ser um fenômeno de popularidade", diz Trovão, presidente da entidade. Para que isso aconteça, é preciso fazer a luta livre voltar à TV. Atualmente, as lutas são transmitidas todos os domingos, às 12h30, pelo canal 45 em UHF e pela TV a cabo Cambrás, ambas na região do ABC. Mas é pouco. "Enviamos propostas para várias emissoras grandes", diz Bob Júnior, 29 anos, um dos novos ídolos da luta livre. Bob Júnior está tentando injetar "sangue novo" na luta livre, e comanda, na Academia Campeões do Ringue, no Tatuapé (tel. 0/xx/11 9381-3691) uma aula que reúne cerca de 40 jovens. "Ensino tudo que um lutador precisa saber", diz Bob. (ANDRÉ BARCINSKI) Texto Anterior: Pancadaria: A fantástica volta da luta livre Próximo Texto: Fantomas e Múmia fizeram luta histórica Índice |
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