São Paulo, segunda-feira, 08 de agosto de 2005

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MÚSICA

Pitty conta com exclusividade ao Folhateen como é "Anacrônico", que chega às lojas nesta semana; a cantora ainda comenta algumas faixas desse trabalho

Retirante do rock

LEANDRO FORTINO
DA REPORTAGEM LOCAL

A história da garota baiana que deixou Salvador para ser roqueira no Sudeste ganha mais um capítulo nesta semana, quando chega às lojas "Anacrônico", segundo disco de Pitty, 27. Há dois anos, ela lançava seu "Admirável Chip Novo", CD de estréia que deu toque feminino a um mundo dominado por homens.
O sucesso foi tanto que ela não saiu mais do ar. Além dos vários hits que esse trabalho rendeu, ela permanece nas rádios cantando com o grupo Ira! "Eu Quero Sempre Mais" e também com sua música nova, a mesma que dá nome ao novo álbum.
Em entrevista exclusiva ao Folhateen, Pitty fala sobre o disco e, de quebra, comenta cada uma de suas 13 faixas. Folha - Em que sentido o novo disco é anacrônico?
Pitty - É anacrônico porque tem músicas antigas e novas e uma atualidade de sonoridade. Gravamos o disco com todo mundo tocando junto e usando o mínimo de tecnologia. E também refere-se ao momento que vivemos, ao fato de estarmos, no século 21, nos deparando com problemas antigos, com questões da humanidade que nunca foram resolvidas.
Folha - As letras de um compositor partem da vivência pessoal dele. O sucesso certamente mudou a sua vida. Como isso se refletiu nas letras?
Pitty - Embora os questionamentos continuem bastante parecidos, sempre a gente é influenciado pelas coisas que estão acontecendo. Nesses dois anos aconteceram muitas coisas, mas nada que faça com que eu me distancie da minha essência.
Folha - Nas músicas que falam de amor, há muito ressentimento. Por quê?
Pitty - Na verdade, "Na sua Estante" é a mais dirigida ao relacionamento amoroso, pois realmente fala sobre desilusões e ressentimentos. As obras artísticas que mais me emocionam provêm de tragédias. Talvez eu só saiba falar de tragédias (risos).
Folha - Mas a sua vida é boa.
Pitty - Pô, a minha vida é boa e ruim, igual a de todo mundo. A lei máxima da vida para qualquer um é que ninguém pode ter tudo. Você pode ter uma vida aparentemente boa, mas, dentro de você, vai ter sempre uma angústia. Isso às vezes não significa muito para quem está de fora. Os valores são coisas bem particulares.
Folha - Então a gente nunca está feliz?
Pitty - Acho que a insatisfação é uma coisa inerente ao ser humano. Você sempre vai querer alguma coisa que não tem. Embora você tenha muitos momentos felizes, é inevitável que em algum momento você queira alguma outra coisa.
Folha - Adolescentes que gostam de você também curtem cantoras como Avril Lavigne, acusada de ser uma artista fabricada. O que você acha de ser considerada "farinha do mesmo saco"?
Pitty - Isso não está na minha mão. É uma questão de mídia, da forma como as pessoas divulgam, é a prateleira onde colocam o seu disco. Torço para que a forma como eu faço as coisas fique cada vez mais clara. Folha - Seu próximo CD será um Acústico MTV?
Pitty - Eu acho que não... (risos). O tempo vai dizer, mas, por enquanto, sinceramente, eu acho que não.

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