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"O que para os outros é lixo, para mim é meio de sobreviver"
DA REPORTAGEM LOCAL
"Lixo é uma palavra que desclassifica uma matéria-prima que
ainda não cumpriu o seu ciclo de
vida. E os catadores historicamente valorizam e desviam esse material dos lixões para encaminhá-los
a um destino ambientalmente correto, a reciclagem." É assim que
Beth Greenberg, coordenadora-geral do fórum Lixo e Cidadania,
do Instituto Pólis, classifica o trabalho dos catadores, que tem papel
fundamental na reciclagem.
Para conhecer de perto essa atividade, o Folhateen foi, com o grupo
Refluxo, para o lixão desativado de
Carapicuíba (SP). Lá, conheceu
Rodrigo, 22, que tem três filhos, é
catador há dez anos e vive no terreno onde funcionava o lixão.
(FM)
Folha - Como ficou o seu trabalho
depois da transferência do lixão?
Rodrigo - Ficou ruim. Levaram o
nosso lixo e, agora, tenho de ir até
Alphaville para trabalhar. No lixão,
tinha muita coisa boa para consumir. Eu era até mais gordinho naquela época. O que melhorou agora
foram as moscas, que eram muitas.
Folha - Como você catava lixo?
Rodrigo - Lixo, não! Tiro até R$
500 por mês recuperando esses
materiais. Aquilo não é lixo.
Folha - O que é lixo para os outros é
para você também?
Rodrigo - Não, né. O que é lixo para os outros, para mim é um meio
de sobreviver. Se bem que a concorrência hoje é grande.
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