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São Paulo, segunda-feira, 08 de setembro de 2003

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"O que para os outros é lixo, para mim é meio de sobreviver"

DA REPORTAGEM LOCAL

"Lixo é uma palavra que desclassifica uma matéria-prima que ainda não cumpriu o seu ciclo de vida. E os catadores historicamente valorizam e desviam esse material dos lixões para encaminhá-los a um destino ambientalmente correto, a reciclagem." É assim que Beth Greenberg, coordenadora-geral do fórum Lixo e Cidadania, do Instituto Pólis, classifica o trabalho dos catadores, que tem papel fundamental na reciclagem.
Para conhecer de perto essa atividade, o Folhateen foi, com o grupo Refluxo, para o lixão desativado de Carapicuíba (SP). Lá, conheceu Rodrigo, 22, que tem três filhos, é catador há dez anos e vive no terreno onde funcionava o lixão. (FM)
 
Folha - Como ficou o seu trabalho depois da transferência do lixão?
Rodrigo -
Ficou ruim. Levaram o nosso lixo e, agora, tenho de ir até Alphaville para trabalhar. No lixão, tinha muita coisa boa para consumir. Eu era até mais gordinho naquela época. O que melhorou agora foram as moscas, que eram muitas.

Folha - Como você catava lixo?
Rodrigo -
Lixo, não! Tiro até R$ 500 por mês recuperando esses materiais. Aquilo não é lixo.

Folha - O que é lixo para os outros é para você também?
Rodrigo -
Não, né. O que é lixo para os outros, para mim é um meio de sobreviver. Se bem que a concorrência hoje é grande.



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