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São Paulo, segunda-feira, 08 de setembro de 2003

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GAME ON

Um estranho jogo que acaba sem vencedor

ANDRÉ VAISMAN
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Venho de mais um tour por lojas de games e de acessórios. Desolação. Lembro-me dos tempos em que CD era ficção científica e em que caçávamos LPs importados, pois os lançamentos aqui no Brasil eram raríssimos e limitados.
Nós, amantes dos games, estamos à mercê de empresários ávidos por lucros altos e para já. Eles sabem que é extremamente doloroso saber de um novo game espetacular e vê-lo em uma vitrine.
Fazem, então, uma opção: são cúmplices da ilegalidade. Preferem vender pouco por muito. Têm uma clientela com algum dinheiro e tiram um bom lucro dessa elite que pode e tem coragem de bancar R$ 300 e tantos num game.
Os fabricantes e lojistas, ou seja, quem adquire a licença para representar ou mesmo produzir, e o outro, que expõe e vende, não se importam com o desenvolvimento desse universo no Brasil. Popularizar para quê? Do jeito que está, o dinheiro entra. Mas o povo quer jogar. E, pode acreditar, vai jogar!
Duas opções: jogar de locação, o que é ilegal, diga-se, e não resolve, pois um jogo pode durar dias, semanas e meses para ser concluído. Ou então pagar até R$ 15 por uma versão pirata do mesmo jogo vendido à elite.
E aí o fabricante do jogo diz que não entra no Brasil por conta da enorme pirataria que domina os games. E culpa o governo por não reprimi-la.
Antes que acabe: não tenho nem nunca tive um jogo pirata. Perco dinheiro e tempo em locadoras. Jogo menos do que gostaria. E confesso ter orgulho disso.


Colaborou Fabio Silva
@ - gameon@folha.com.br


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