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BALÃO
A liga dos espectadores pouco extraordinários
DIEGO ASSIS
DA REPORTAGEM LOCAL
Dizem que fazer história em quadrinhos é uma profissão solitária, onde
você é o diretor, produtor, roteirista,
ator, sonoplasta e iluminador de seu próprio filme. O cinema não é.
Pois "A Liga dos Senhores Extraordinários", adaptação da excêntrica HQ do
não menos excêntrico Alan Moore, estréia nesta sexta-feira e, prepare-se, vai
ser alvo da ladainha de sempre.
"Não gostei. Não foi fiel ao quadrinho",
"Esse personagem nem existe na história
original", "Alan Moore não fez assim",
"Moore não faria assado"...
Bem-vindos à realidade: Hollywood
não é uma prancheta de desenho ou uma
escrivaninha metida na distante Northampton, na Inglaterra, onde o bruxo
de "Watchmen", de "V de Vingança" e
de "Monstro do Pântano" esconde-se.
Orçado em quase US$ 80 milhões e dirigido por Stephen "Blade" Norrington,
"A Liga...", que já foi definido pelo próprio Moore como "algo bacana feito para
o mainstream", reúne todos os elementos de uma boa história de aventura:
ação, porrada e Sean Connery.
A julgar pelo mau desempenho lá fora,
a história de super-heróis extraídos dos
clássicos da literatura internacional, de
Capitão Nemo a Oscar Wilde, de Alan
Quatermain a Homem Invisível, pecou
em pelo menos um aspecto: exagerou na
dose de inteligência.
@ - balao@folha.com.br
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