São Paulo, segunda-feira, 08 de setembro de 2008

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Ingenuidade e charme

THIAGO NEY
DA REPORTAGEM LOCAL

Mudou o produtor, mudou a estrutura do negócio, mas o resultado é o mesmo. Esse é o Forgotten Boys de "Louva-a-Deus", o quarto disco da banda.
Mais importante do que o trabalho de Apollo Nove (que entra no lugar de Daniel Ganjaman, que trabalhou nos álbuns anteriores) ou do que a saída da gravadora ST2 para criar um selo próprio é o formato que o quarteto utiliza para construir "Louva-a-Deus".
O álbum é o espelho de uma banda que busca consolidar o espaço conquistado há algum tempo no circuito indie, mas de olho em novos fãs.
Para esses últimos, continuam apostando nas letras em português (das 12 faixas, sete são em inglês). Para o fiel séquito que a acompanha há anos, a banda mergulha nas referências roqueiras tradicionais, como Zeppelin e Stones. O resultado é irregular. Em pelo menos um terço do disco o Forgotten Boys soa careta, quadrado (como em "Got My Eyes"), ou apenas bobinho ("Ela Diz").
Mas acertam quando a aparente ingenuidade dá as mãos a um certo charme inconseqüente, como na eficiente e rápida "Quinta-feira" ou em "Highest Stakes" (pende em Beach Boys + Neil Young). "Me Entregar" tem riff poderoso, que lembra Stooges e empurra a letra em que confessam "não ser os anjos que você pensou".
Em certos momentos, é das bandas mais divertidas do país.


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