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02 NEURÔNIO
>> Jô Hallack >>Nina Lemos >> Raq Affonso
02neuronio@uol.com.br
http://02neuronio.blog.uol.com.br/
E-mailfobia
TUDO COMEÇA no dia em que você recebe um e-mail e diz para si mesmo:
"Vou deixar para abrir amanhã".
Pronto, você já traçou seu destino e, sentimos avisar, ele não é dos melhores. Pode ser
e-mail de amigo distante, ex-namorado, tia,
professor, chefe. Quando você decreta isso, é
o começo da neurose. Porque, quando chega
o "amanhã", você decide deixar para o dia seguinte. E para o outro. E assim por diante.
Não existem motivos para tal atitude, mas é
preciso dar alguma explicação para o seu cérebro. E a explicação é das piores: não vou
abrir este e-mail porque o conteúdo vai ser
avassalador. Uma verdadeira bomba. Algo
horrível dem que tenho que fugir.
E o e-mail começa a perseguir você. Se você acorda no
meio da noite, pensa nele. "Será que eu deveria abrir, será
que estão me avisando que vou ser expulsa da escola ou que
o meu ex vai casar?" Ferrou. Você ficará uma semana sem
coragem de abrir o tal e-mail. Para clicar em cima dele, terá
que respirar fundo e ligar para uma amiga para que ela
acompanhe você "nesse momento difícil". É claro, depois de
deixar de abrir um e-mail, isso se tornará um hábito, pois
sempre existe na caixa postal uma mensagem "que posso ler
amanhã". Logo você será mais uma a sofrer de e-mailfobia.
Freud baixa aqui e começamos a tentar estudar nossa
doença. Será que a gente tem medo de novidade? Será que é
paranóia e por isso a gente acha que um simples e-mail pode
acabar com a nossa vida? Ou será culpa? Achamos sempre
que estamos devendo alguma coisa e que a qualquer momento seremos pegas.
O mesmo sentimento que nos acomete quando temos um
novo pretê ótimo e começamos a pensar que um dia ele vai
nos olhar e dizer: "Ah, você é uma farsa!".
Não sabemos ao certo, mas o nosso medo já foi parar no
divã dos nossos analistas e também atinge os recados de celular. Sim, começamos a ter pânico das mensagens que nos
deixam. Até que um dia descobrimos que temos 15 mensagens novas não ouvidas. Precisaremos acordar um dia com
uma coragem imensa para ouvir todos os recados, que, em
geral, são de amigos pedindo para a gente retornar, da
operadora de celular. E só.
Somos malucas e sabemos disso. Mas, como diz
uma música, "são apenas
dois neurônios para tanta
informação". E, se vocês
nos mandaram um e-mail
e não obtiveram resposta,
saibam que não era nada
pessoal. Era medo, pânico,
fobia. Será que piramos para sempre?
Momento de histeria
Abre e acaba com essa tensão!
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