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02 Neurônio
>> Jô Hallack >> Nina Lemos >> Raq Affonso
02neuronio@uol.com.br
http://02neuronio.blog.uol.com.br/
Os homens "são assim"
A COMPLACÊNCIA da humanidade com os
homens é uma coisa realmente irritante.
Com a revolução sexual, queima de sutiãs,
pílula, luta pelo sufrágio universal etc., a mulher mudou seu lugar no mundo. Trabalhamos, não precisamos depender dos homens
para sobreviver, temos filhos se quisermos e
usamos calça. Parece espantoso, mas nem
sempre foi assim. Claro que essas conquistas
femininas também têm seu lado negativo.
Trabalhamos demais, entramos no drama de
ter ou não filhos, fazemos jornada quíntupla
de trabalho e ainda lavamos mais a louça de
casa do que os homens.
Contradições da vida. O mundo sempre em
mudança. Esse tipo de coisa. Não ficamos nos
lamuriando por aí. Lamúria, às vezes, é importante. Mas, como rotina, é bem chata. Sabemos que temos que ir à luta, que nem tudo é
perfeito, que não existe mundo ideal e por aí
vai. Por isso, todos os dias colocamos os óculos escuros e, com ou sem lágrimas, vamos trabalhar e
nos divertir.
Os homens, por sua vez, muitas vezes se sentem mais
por fora do que umbigo de mulata. Não conseguem se
adaptar aos novos tempos, têm draminhas existenciais
que são reflexo do mundo (ainda) machista em que vivemos, trocam os pés pelas mãos. E esse é o ponto: em vez
de o comportamento masculino ser criticado, todo mundo entende que o homem se sinta perdido. "Ah, coitados,
né, eles não sabem mais o que fazer." E perdoa. E sobra
para quem? Para a mulher, que é OBRIGADA a entender
e aceitar um comportamento "vintage" do alheio.
Claro que a humanidade não tem a mesma complacência com o lado de cá. Mulheres ganharam, com o tempo,
fama de sem noção, histéricas
e pegajosas. Se elas agem de
um jeito bizarro porque realmente o mundo é muito louco -e, logo, às vezes as moças
também surtam-, são tratadas como... doidas e malucas.
Enquanto escrevemos esta
coluna, muitos homens, coitados, estão perdidos. E muitas mulheres estão sendo
chamadas de malucas surtadas. E depois perguntam se a
gente ainda tem motivos para
ser um pouco feminista...
Momento de histeria
Revolución, chicas!
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