free-lance para a Folha
Nos dias 31/7 e 1º/8, cerca de 20 mil pessoas se espremeram na Concha Acústica do Lago, em Brasília, para ver parte da história da música na cidade ser escrita.
O festival Porão do Rock, em sua segunda edição, reuniu o que há de melhor no novo som do Distrito Federal. Foram 22 apresentações, com três bandas "estrangeiras" e 19 grupos locais.
O grande show local ficou por conta do grupo Bois de Gerião. Com duas guitarras, uma punk e outra ska, e um naipe de sopros, essa banda formada em 93 fez uma versão de "Holiday In Cambodia", do Dead Kennedys, capaz de botar Jello Biafra de joelhos (confira a crítica da demo da banda Bois de Gerião na próxima seção "Demorou").
Entre os "estrangeiros", o Sheik Tosado, de Olinda (PE), mostrou que o mangue beat não mora só em Recife. A mistura de hardcore e batidas pesadas, a percussão colocada no meio do palco e a performance convulsiva do vocalista China foram hipnóticas.
E, além das novidades, o Porão do Rock também foi marcado por "revivals". O primeiro aconteceu durante a "jam session" que reuniu integrantes dos grupos Rumbora, Maskavo Roots e Autoramas (RJ), que tocaram no festival, Canisso, do Raimundos, e Gustavo Black Alien, do Planet Hemp, que foram só curtir os shows.
Não demorou para acontecer uma reunião histórica: os integrantes originais do extinto Little Quail, que estão espalhados pelas bandas que participavam da "jam", tocaram "1, 2, 3, 4" e relembraram os bons tempos dos Mad Birds.
O segundo, e mais esperado, reencontro foi o dos integrantes originais do Plebe Rude. A banda encerrou o festival e já acertou tudo para lançar um novo CD, até novembro, com regravações e músicas inéditas.
Balanço final: o Porão passou a ser o segundo maior festival independente do país, só perdendo para o Abril Pro Rock, foi incluído no calendário oficial de eventos do DF, e a gravação dos shows sai em CD até o final do ano. (RD)


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