São Paulo, Segunda-feira, 10 de Janeiro de 2000


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CARTAS


O nome do caderno ainda gera muita polêmica, e leitores estão bravos com a censura a games e as "showmissas"



Discussão fútil
"Após ler reiteradas vezes a seção de cartas do leitor do Folhateen, pude observar que as pessoas que reclamavam a respeito do nome do jornal são, no fundo, verdadeiros hipócritas. Que moral têm eles para criticar o "teen" se enviam mensagens via e-mail, usam roupas e tênis gringos e passeiam pelos locais da "pleiboizada", como Guarujá, Campos etc? Na verdade, reclamam do nome Folhateen apenas para mostrar uma falsa atitude, que deveria, sim, ser tomada para abrir os olhos para a realidade da periferia que nem imagina o que é Folhateen. Discutir sobre coisas fúteis, com a barriga cheia, é fácil. O difícil é ir até quem precisa e estender as mãos. Espero que este caderno, mostrando seu espírito democrático de sempre, publique mais matérias a respeito dos jovens da periferia, fazendo propostas para a melhoria da qualidade de vida dos brasileiros adolescentes que não vivem nesse mundo de fadas, consumo, "Malhação", Xuxa, Globo etc. Infeliz 500 anos, Brasil!"
Rafael Cavalcanti (via e-mail)

Cadê o português?
"Quando li a Folha do dia 20/12, achei interessante escrever a vocês e dizer que concordo com Fabricio Palermo, de Ponta Grossa-PR. "Teen" não dá, e a sugestão Folhajovem é no mínimo excelente, e aproveito este papo brazuca para falar de Rosana Bueno, que no mesmo dia escreveu a carta "Dominação americana", concordando paralelamente com Fabricio. Imaginem um dia abrirmos a Folha de São Paulo e lermos: "Assaltante foi deletado em casa de games após o beach soccer". Realmente, nossa cultura é estadunidense, mas deletar em nosso dicionário já é um absurdo. Parabéns a vocês, jovens, e chega de "english"."
Pácis Arantes Júnior (Uberlândia, MG)

Santa Joana
"Causou-me muito espanto o artigo publicado neste caderno no dia 20/12, assinado pelo jornalista Paulo Santos Lima. A matéria é altamente conivente com a excrescência que é o filme "Joana d'Arc". Conivente com a corja anglo-saxônica que, usando de sua influência no atual mundo alienado de hoje, aproveitou para descarregar sua inveja e inferioridade perante os franceses, que claramente são superiores a esses semibárbaros. Segundo palavras do próprio jornalista, "patético, inseguro e impulsivo" são o mundo anglo-saxão e seus seguidores. Joana d'Arc não é uma santa à toa. Sua história é clara e amplamente conhecida, na árdua e sagrada missão de libertar a França dos invasores. Sua participação é considerada decisiva, pois a partir de sua entrada no conflito o moral dos franceses aumentou e o caminho da vitória começou a ser trilhado. Sua coragem e perseverança na fé servem até hoje como modelo a ser seguido, assim como seu comportamento na guerra, tentando através de negociações a solução do conflito. Seu martírio e a injustiça que sofreu são fatos profundamente repugnantes. Ao menos o filme serviu para mostrar que a França tem uma heroína, enquanto do outro lado da Mancha e do Atlântico...talvez Monica Lewinsky... ou a Tampax Parker-Bowles com seu garanhão herdeiro do trono. Ah... acho que prefiro o Big Mac!"
Erick Carotini (São Paulo, SP)

Troca de colunista?
"Concordo plenamente com a opinião do leitor José Luís de Paula Queiroz sobre a lista de melhores discos do século segundo Álvaro Pereira Jr. O leitor mostrou que realmente entende de música, ao contrário do colunista. Sugiro que o caderno considere empregar José Luís no lugar do Álvaro!"
Camila Rodrigues, 20 (via e-mail)

Abaixo a censura
"Eu discordo completamente do o fato de o ministro da Justiça ter censurado alguns jogos para computador ("Doom", "Mortal Kombat", "Requiem", "Blood", "Postal" e "Duke Nukem'), pois eu não acho que esses jogos possam realmente influenciar as pessoas a matar. Muita gente ficou viciada nesses jogos e não saiu matando todos na rua ou no shopping. Se ele quer acabar de vez com a violência, que censure também as cenas de violência no noticiário. E que censure também jogos de RPG, livros policiais, de suspense, que relatam assassinatos detalhadamente. E que censure também filmes como "Brinquedo Assassino" e outros. Este não pode ser um país livre se até a Igreja quer censurar filmes ("Dogma'). E o que mais leva à violência? Simples: jogos de baralho e casas de fliperama! Ambos são como a droga, a pessoa perde muito dinheiro e isso a leva à procura de mais dinheiro, gerando sequestros, assaltos, roubos. Eu sugiro que os jogos citados sejam liberados, ou então que sejam censurados todos os itens acima. Não é por aí.
Até uma inocente lata de Nescau pode ser muito assassina (você pode pegá-la e bater na cabeça de alguém até a morte!!!!). Acho que a vontade de matar vem de dentro da pessoa, não de algum joguinho de briga. Vamos lutar sempre pelos nossos direitos."
Charly Ho, 13 (via e-mail)

Show ou missa?
"Geralmente eu não assisto TV aos domingos, mas o dia estava tão chato e chuvoso que eu resolvi checar a programação. Foi quando eu vi que era transmitida uma "missa" na Globo, com o padre Marcelo, Chitãozinho & Xororó e sua trupe. Até então tudo bem, eu achei que fosse realmente uma celebração católica, mas pelo visto acabou sendo mais um show do Chitãozinho & Xororó com a participação do padre e patrocínio da Rede Globo. Nada contra o padre Marcelo nem contra Chitãozinho & Xororó nem contra a Sandy, o Júnior e a mãe deles, e também nada contra a Fat Family, mas o que era pra ser uma missa acabou sendo um show! Só estava faltando o Zezé di Camargo, o Luciano e o Leonardo pra virar um show de Amigos & Convidados. Realmente um absurdo. É absurdo que o que era pra ser uma celebração católica passe a ser uma jogada de marketing para atrair audiência. Pouco se investe por parte do governo no incentivo ao desenvolvimento da cultura, e os meios de comunicação aproveitam-se de movimentos religiosos para promover cantores e grupos que pouco acrescentarão à vida da maioria. Deixo aqui registrado meu protesto."
Amanda, 16 (São Paulo, SP)


Folhateen: al. Barão de Limeira, 425, 4º andar, São Paulo, SP, CEP 01202-900. Mande nome completo, idade, endereço e telefone. E-mail: folhateen@uol.com.br


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