São Paulo, segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

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Álvaro Pereira Júnior - cby2k@uol.com.br

A velha sambista e os indies brasileiros

DIGA LÁ, indie estatal, você aí de chinelo, acostumado a não precisar correr atrás de público porque só toca em festivais bancados com dinheiro do Estado: que tal ser chefiado por uma sambista?
Ana de Hollanda, nova ministra da Cultura, cantava samba nas antigas. Agora, boa parte do rock do Brasil, aquela que se aninhou na sombra confortável dos patrocínios governamentais, teme ver sua casinha cair.
Acompanho só de longe as políticas públicas para cultura, mas logo desconfiei de que Ana de Hollanda era uma forte mudança em relação às gestões de Gilberto Gil e Juca Ferreira.
E, se eu tinha alguma dúvida disso, ela acabou quando li a coluna de meu vizinho de Folhateen Ronaldo Lemos na semana passada.
Lemos é um dos arquitetos, vamos dizer assim, da política do ex-ministro Gil. Cultura digital, software livre, foco nos artistas "fora do eixo", tudo isso faz parte desse ideário.
No texto, a meu ver, Lemos tentava apresentar Ana de Hollanda ao que vinha sendo feito no ministério. Nas entrelinhas, sutilmente, pedia que ela não botasse tudo a perder.
Agora que os nacionalistas digitais de Gil deram lugar aos nacionalistas analógicos de Ana de Hollanda, será que os indies estatais vão sobreviver?
Claro que eles são espertos, e também tomam grana da Petrobras, de Secretarias de Cultura etc. Mas é bom lembrar que o ministério é que dá a linha mestra. E a pasta foi tomada por gente da velha guarda do samba e por carreiristas do PT.
Quem diria, os indies estatais, sem público mas com verba pública, caíram nas mãos de uma velha sambista. O Brasil é mesmo bem louco.

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