São Paulo, segunda, 10 de março de 1997.

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Lava roupa todo dia, agonia

da Reportagem Local

A liberdade tem seu preço. Lavar roupa, passar, cozinhar, pagar as contas e fazer compras de supermercado são algumas das tarefas obrigatórias para quem não vive mais sob a barra da saia da mãe.
"Quando cheguei a Rio Claro, só sabia fazer miojo. Hoje sei preparar arroz, macarrão, bife e até estrogonofe", comemora o aprendiz de mestre-cuca Laércio Schwantes Iório, 19, aluno de educação física.
Outros mais precavidos fazem curso instantâneo de culinária com a mãe antes de se mudar, como é o caso de Henrique Barcelos Ferreira, 18, "bixo" da Unicamp.
"Uma semana antes de vir para cá, aprendi a fazer arroz, macarrão e batata frita. Por enquanto, só fiz macarrão. Até que ficou bom."
Nas repúblicas, costuma rolar o esquema do rodízio. A cada semana, tarefas do tipo lavar o banheiro, tirar o pó e fazer supermercado são executadas alternadamente.
"Pois é, acabou a moleza. A gente aqui tem de aprender a se virar", diz Érica Speglich, 20.
Lavar roupa, então, é motivo de agonia para alguns. Allan Monteiro, 20, da Unicamp, conta que costuma passar uns dois meses sem lavar suas camisetas.
"Não tem muito problema. É só usar uma vez, deixar no sereno tomando um ar e está pronta para ser usada novamente", ensina.
Já Fabíola Ruiz, quando chegou a Bauru "não sabia nem abrir lata de leite condensado". Hoje, diz que se vira superbem. "Aprendi pelo método `tentativa e erro'."

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