São Paulo, segunda, 10 de maio de 1999

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Prodigy bebe no hip hop e no punk

Reprodução
Liam Howlett, tecladista da banda inglesa Prodigy, que finalmente se apresenta em São Paulo


LEANDRO FORTINO
da Redação

"O Prodigy é um grupo que bebe na fonte do hip hop, do punk e, algumas vezes, da dance music." Essa é a definição mais verdadeira que poderia ser feita sobre a banda que encerra no próximo sábado a edição especial do festival Close Up Planet, no estacionamento do Sambódromo, no Anhembi, em São Paulo.
A frase saiu da boca do tecladista Liam Howlett, responsável pela porrada sonora que finalmente arrebentará os ouvidos paulistanos, já que em agosto o Prodigy fez apenas os cariocas suarem a camisa.
Liam, que promete fazer um show nos excelentes moldes do apresentado no Rio, lançou recentemente no país seu disco solo "Prodigy Present: The Dirtchamber Session Volume 1", uma coletânea que engloba vários estilos, do hip hop ao punk, do big beat ao pop tradicional e romântico.
Nele, o tecladista assume suas origens como DJ e revela as influências que ajudaram o grupo a se transformar na atração de música eletrônica mais bem-sucedida no planeta. (Só no Brasil, foram mais de 100 mil cópias vendidas do CD "The Fat of the Land", de 97.)
"Eu tocava piano quando era criança, mas só montei o Prodigy porque comecei como DJ", explica Howlett, que dá um conselho bem útil para quem está a fim de dar os primeiros passos na carreira de produtor de dance music e, quem sabe, montar um grupo nos moldes do Prodigy.
"Acho que, se você quer escrever dance music, se você quer trabalhar com esse tipo de música, você tem de ser DJ antes e, depois, comprar os equipamentos necessários. Desse jeito é mais fácil do que aprender guitarra ou piano. Como DJ, você aprende a perceber as batidas, o ritmo, é um jeito mais fácil de entrar para a dance music."
Mas a história do Prodigy não começou nos palcos. Foi iniciada nas raves, como um bando de dançarinos do tipo arroz-de-festa que percebeu que poderia criar a sua própria música.
Assim como acontece hoje no Brasil, no início desta década a Inglaterra foi infestada por festas de música eletrônica afastadas dos centros urbanos -as raves-, que reuniam milhares de jovens ao som das batidas do tecno.
O problema eram as drogas usadas nesses eventos (principalmente o ecstasy). A verdade sobre o consumo em pouco tempo chegou aos ouvidos das autoridades inglesas, que passaram a reprimir e proibir a realização de raves.
Casos de mortes por parada cardíaca e respiratória também foram registrados devido ao consumo de ecstasy.
Mas Liam não acha que são as raves que fazem as pessoas consumirem drogas. "O único conselho que eu daria para quem vai a raves é continue a ir. Não acho que as raves têm a ver com o consumo de drogas. As pessoas também tomam drogas em clubes, nem por isso elas serão proibidas de frequentá-los. No final das contas, as pessoas tomarão drogas de qualquer jeito, com ou sem raves. Quando eu era mais jovem, se eu perdesse uma rave, ficava mal."

Festival: Close Up Planet Artistas: Prodigy, Roni Size e Dynamite MC, Otto, Arnaldo Antunes e DJ Marky Mark Quando: sábado, a partir de 18h Onde: estacionamento do Sambódromo, no Anhembi (r. Olavo Fontoura, 1.209, Santana, região norte, São Paulo, SP, tel. 011 6971-5000) Informações: tel. 011 829-9421 Quanto: gratuito; para ganhar o ingresso, o interessado deve se cadastrar no site http://www.closeup.com.br.




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