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música
Um banquinho, um violão e nenhuma inovação
Parece até que Jack Johnson sempre lança o mesmo disco, mas "Sleep through the Static", o novo, acaba de sair nos EUA
Rodrigo Paiva/Folha Imagem
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Jack Johnson em sua passagem por São Paulo, que arrastou uma multidão em 2006 |
DA REPORTAGEM LOCAL
Só funciona na areia da
praia. Tanto este novo,
"Sleep through the Static", quanto qualquer outro disco do havaiano Jack Johnson,
febre entre os fiéis freqüentadores das praias badaladas do
Sul e do Sudeste brasileiros, parece perder totalmente o sentido longe do nível do mar. Mas é
inegável que esse surfista e cineasta conquista milhares de
ouvintes de todas as idades
apenas com um banquinho, um
violão e nenhuma inovação.
Tudo é muito parecido nas 14
faixas do "interminável" "Sleep
through the Static", que acaba
de sair nos EUA. Logo de início,
a faixa "All at Once" já entrega o
que esperar de Jack: letras de
amor rasas embaladas pelo violão amador e com arranjos de
piano para lá de mixurucas.
Segue assim inerte pelas próximas faixas: a que dá título ao
disco e "Hope". É quando entra
a melosa "Angel", com a voz
sem sabor de Jack e seu violão
que soa como se saísse de um
lual improvisado às pressas.
O tédio segue até a décima
música, "Go On", que tem uma
levada mais maneira e pode ser
vista como o momento agitado
do disco, o que para Jack Johnson significa apenas carregar
um pouco mais na bateria e na
distorção do som da guitarra.
Deslocada no álbum, "They
Do, They Don't" é o único momento interessante do trabalho, com Jack injetando uma
ampola de black music na veia e
remetendo às músicas lentas
de Lenny Kravitz. E uma comparação com o talentoso Lenny
é certamente o maior elogio
que esse "Sleep through the
Static" poderá receber.
(LEANDRO FORTINO)
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