São Paulo, segunda-feira, 11 de abril de 2011

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Jovens exploradores

DE CARONA NO BUZÃO, ESSA GALERA SAI DA PERIFERIA E DESCOBRE A METRÓPOLE

IURI DE CASTRO TÔRRES
DE SÃO PAULO

Debaixo de chuva forte, um grupo de 15 adolescentes saiu do Grajaú, no extremo sul de São Paulo, em direção à Sé, no centro, com um objetivo: apropriar-se da cidade.
Integrantes do programa Jovens Urbanos, da fundação Itaú Social, os jovens "apoderaram-se" e "tomaram para si", como ensina o dicionário Houaiss no verbete "apropriar", a metrópole.
O objetivo da exploração da cidade é aumentar o repertório cultural e social de jovens de periferia que não costumam sair de seus bairros (ou nunca saíram), como explica o educador do grupo, Daniel Martins, 24. Mas a experiência de conhecer um pouco mais sobre a cidade vale para todos.
Para Jéssica Lima, 17, recém-chegada de Juazeiro (Bahia), as explorações são uma forma de conhecer o "mundão que é São Paulo".
Na companhia dos colegas, que recebem bolsa de R$ 270 para participar do programa, ela encarou a viagem de 1h30 de buzão até o histórico prédio do Banespa, ponto final da jornada.
"Sou muito caseira, não curto ir para as baladas de pancadão [funk] e de forró que rolam lá no Grajaú", diz Aline Matos, 18. "Então, essas saídas são ótimas para conhecer novos lugares."

PONTOS DA CIDADE
Entre os pontos visitados pelos adolescentes estão o parque Ibirapuera, a estação da Luz, o Masp e a Galeria do Rock. Na volta de cada exploração há uma discussão sobre a experiência -quais foram as impressões, as surpresas e os temores.
Aline também destaca o convívio com diferentes realidades como um ponto positivo das explorações. "Aprendemos a conviver em sociedade", diz a garota.
Sheila Nascimento, 17, nunca havia ido ao centro da cidade e, após subir os 33 andares do Banespa, parou, admirou a vista e soltou: "Isso tudo é tão perto de casa, as pessoas deviam sair mais".


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