São Paulo, segunda-feira, 11 de maio de 2009

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música

Luxúria em pessoa

Vocalista de banda de rock grita menos em bom CD com jazz e meiguice

DA REPORTAGEM LOCAL

A Luxúria não acabou. Quem garante é Megh Stock, falando tanto da banda de rock que a fez famosa quanto de tesão mesmo. Prestes a fazer 30 anos ("Ai, meu Deus!"), ela lança o CD "Da Minha Vida Cuido Eu" (R$24,90, da gravadora EMI), cuja capa leva só o seu nome.
Megh ("Com "h'; acho sem tão chochinho!") conta que a banda não mudou. O grupo perdeu o nome por causa da nova fase pela qual passam, com um som menos pesado, mas nem por isso com menos rock.
De fato, mudanças não faltam nas 13 faixas do álbum. A começar pela substituição da agressividade de "Ódio" (primeira música de sucesso do Luxúria) pelo romantismo de "Lisos Abraços". Da sua casa, em São José dos Campos, Megh falou por telefone à Folha que está feliz.
Feliz porque vai casar e porque mudou -e não foi só nos cabelos, agora compridos.

 

FOLHA- A banda Luxúria acabou?
MEGH STOCK -
Não. É um projeto solo, porém com os integrantes da Luxúria. A mudança foi zero: nenhum integrante saiu e ninguém entrou.

FOLHA - O nome mudou, então, porque acabou a luxúria de vocês?
MEGH -
Não sei... tomara que não! É só que a agressividade do nome Luxúria não fazia mais sentido. Não precisamos repetir fórmulas, então mudamos.

FOLHA - O disco novo é menos rock'n'roll?
MEGH -
Não. É um disco de rock. Fiquei um tempinho sem ouvir, daí fui ouvir ontem e fiquei surpresa com o quanto ele é barulhento. Mas, ao mesmo tempo, respeitei o jazz e o blues dentro de mim. Comecei a cantar por causa da Etta James [cantora de jazz].

FOLHA - Sua voz está bem diferente nesse disco...
MEGH -
Eu grito menos e canto mais. Sou rouca e nunca vou me curar dessa rouquidão. Daí, dá um certo clima.

FOLHA - Não rola um medo de perder o povo mais novo, que gostava dos gritos?
MEGH -
A idade acaba interferindo, a gente não tem aquela revolta toda típica de adolescente. Mas acho que, se ouvirem, os jovens vão entender o som novo, sim...

FOLHA - O que aconteceu para mudar o som?
MEGH -
Estou compondo diferente: falando mais de relacionamentos.Faz um ano que voltei para São José dos Campos (interior de SP). Aqui não tem poluição, não se pinga soro no nariz antes de dormir. Vou casar neste ano. Faz tempo que já sou mulher de família. Faço almoço e tudo mais!

FOLHA - O público teen conhece vocês de "Malhação"?
MEGH -
Acho que sim. A banda teve músicas em duas temporadas: "Ódio" e "Lama". Muita gente que não se interessaria pelo som acabou ouvindo. Mas eu não faço música para criança, pelo menos eu acho.

FOLHA - A Cláudia Leitte e a Ivete Sangalo também adotaram o nome próprio no lugar do da banda antes de fazerem mais sucesso. É o caso?
MEGH -
Não, na verdade. Tomara que a gente abrace uma fatia diferente, uma galera maior...
(CHICO FELITTI)

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