JAIRO BOUER

"Namoro há um ano e estamos pensando em usar camisinha feminina porque meu parceiro está com medo de a masculina furar. Para cada orgasmo meu, ele tem dois ou três. Não queria ter que parar a transa para trocar o preservativo, o que dificulta ainda mais meu prazer. Com a feminina, posso fazer isso? Também não sinto prazer no clitóris. Demoro muito para gozar e acho que só cheguei lá poucas vezes, durante a masturbação. O que faço?"

Vamos discutir a história da proteção da camisinha. É fundamental que o casal troque de preservativo cada vez que o homem ejacular. Isso porque, depois da ejaculação, o risco de a camisinha estourar e de o esperma vazar aumentam.
Você sabe que, depois de ejacular, o pênis do homem perde seu grau máximo de ereção, o que deixa a camisinha masculina mais folgada e com mais risco de escapar. O esperma dentro da camisinha aumenta a pressão sobre o látex, o que pode contribuir para uma maior chance de rompimento.
O fato de o casal usar a masculina ou a feminina não muda essa situação. Apesar de ser até mais resistente do que a masculina, a camisinha feminina, quando o casal muda de posição ou faz um movimento um pouco mais radical, pode deixar esperma escapar, o que também traria risco de gravidez indesejada e doenças transmitidas pelo sexo.
Ter que interromper a transa para mudar de camisinha pode dificultar seu prazer, mas isso é necessário. Vocês terão de descobrir um jeito de erotizar essa troca do preservativo para que o nível de excitação não mude tanto.
Em relação à sua dificuldade de chegar ao orgasmo, alguns dados merecem uma observação cuidadosa. Você diz que só chegou ao orgasmo poucas vezes e que isso aconteceu na masturbação. Talvez a falta de sensibilidade do clitóris e a dificuldade de chegar lá sinalizem uma inibição sua em relação ao sexo.
Educação rígida, influência religiosa, vergonha, medo, falta de comunicação, cobrança excessiva, problemas de auto-estima, tudo pode atrapalhar seu prazer. É bem possível que essas dificuldades todas estejam ainda mais potencializadas na frente do seu namorado. Que tal rever esses conceitos, permitir-se mais liberdade, variar as possibilidades sexuais e brincar um pouco mais com o sexo? Se nada disso resolver, talvez seja boa idéia bater um papo com um terapeuta.