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GAME
Primeiro arcade com 100% tecnologia brasileira é lançado em agosto, em São Paulo
Olha a pista!
LUCRECIA ZAPPI
DA REPORTAGEM LOCAL
Apouco mais de duas semanas do
lançamento do arcade em 3D "GP
Brasil 1.0", os pesquisadores Ricardo Lipas, 22, Rodrigo Ferraz, 22, e Djalma
Lúcio Soares da Silva, 34, apertam o passo
para dar conta dos ajustes finais.
"O jogo foi inspirado no "San Francisco
Rush", feito em 97 e bem famoso por aqui.
O que muda é que o nosso tem mais cara de
corrida real, a simulação é mais fiel. O "San
Francisco" é mais fantástico, o carro explode por exemplo", diz Ricardo, gerente do
projeto da parte de software, que faz pós-graduação na Politécnica em pesquisa de
simuladores de carros.
Justamente por se tratar de um jogo, um
dos últimos acertos a serem feitos no game
é tirar um pouco a sensação "aguda" de
realidade. O equipe, por exemplo, está endurecendo o volante. Assim, a chance de
embicar o carro contra o paredão no primeiro respiro diminui.
Foi o que aconteceu à reportagem -barbeira- do Folhateen. Enquanto o trio
científico disfarçava o riso, a reportagem
tentava a largada, em vão. Era paredão, grama ou contramão. Uma encostadinha à toa
no pedal faz o carro chegar aos 200 km/h. A
velocidade máxima virtual é de 260 km/h.
Dá náusea.
É o que Irene Ficheman, 44, pesquisadora
responsável pelo projeto, chama de "grande sensação de imersão". "A gente implementou a simulação física. Por exemplo, dá
para sentir que o piso não é liso. Se o carro
sair da pista e for para a grama, muda a sensação de chão. E, se passa um concorrente à
sua direita, você vai ouvir o ruído só desse
lado", diz Ficheman, 44, que também faz
doutorado na Politécnica.
Para uma simulação mais realista, a equipe fotografou os autódromos de Interlagos
e Curitiba. Também chegou a dirigir carros
de corrida modificados - os mesmos do game - com uma câmera dentro. Da pista do
Interlagos, por exemplo, avista-se até os
prédios do Cingapura.
O projeto durou três anos para ficar
pronto e foi feito em parceria entre o Laboratório de Sistemas Integráveis Tecnológico, que opera dentro da Politécnica da USP,
e a Matic, empresa nacional de brinquedos.
O lançamento vai ser na 16ª Exposição Sul-Americana de Indústria de Diversões, entre
os dias 3 e 5 de agosto, e deve entrar ainda
neste ano no circuito comercial.
Pode-se jogar sozinho, mas os gabinetes
são conectáveis a uma rede. É o que os três
pesquisadores tem feito até hoje, por incrível que pareça, em suas horas vagas. Quase
todos os dias eles tiram rachas virtuais. "Eu
gosto de ver quem sai da pista primeiro", ri
Djalma.
"Outra versão possível é o "GP Brasil 2.0".
Deve surgir nos mesmos moldes, só que
com mais pistas, com outros tipos de carros, em outros autódromos, como o de Jacarepaguá, no Rio. A gente ainda não tem
data definida, mas é muito provável que seja para o ano que vem. Mas, primeiro, vamos lançar esse", diz Djalma.
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