São Paulo, segunda-feira, 11 de julho de 2005

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GAME

Primeiro arcade com 100% tecnologia brasileira é lançado em agosto, em São Paulo

Olha a pista!

LUCRECIA ZAPPI
DA REPORTAGEM LOCAL

Apouco mais de duas semanas do lançamento do arcade em 3D "GP Brasil 1.0", os pesquisadores Ricardo Lipas, 22, Rodrigo Ferraz, 22, e Djalma Lúcio Soares da Silva, 34, apertam o passo para dar conta dos ajustes finais.
"O jogo foi inspirado no "San Francisco Rush", feito em 97 e bem famoso por aqui. O que muda é que o nosso tem mais cara de corrida real, a simulação é mais fiel. O "San Francisco" é mais fantástico, o carro explode por exemplo", diz Ricardo, gerente do projeto da parte de software, que faz pós-graduação na Politécnica em pesquisa de simuladores de carros.
Justamente por se tratar de um jogo, um dos últimos acertos a serem feitos no game é tirar um pouco a sensação "aguda" de realidade. O equipe, por exemplo, está endurecendo o volante. Assim, a chance de embicar o carro contra o paredão no primeiro respiro diminui.
Foi o que aconteceu à reportagem -barbeira- do Folhateen. Enquanto o trio científico disfarçava o riso, a reportagem tentava a largada, em vão. Era paredão, grama ou contramão. Uma encostadinha à toa no pedal faz o carro chegar aos 200 km/h. A velocidade máxima virtual é de 260 km/h. Dá náusea.
É o que Irene Ficheman, 44, pesquisadora responsável pelo projeto, chama de "grande sensação de imersão". "A gente implementou a simulação física. Por exemplo, dá para sentir que o piso não é liso. Se o carro sair da pista e for para a grama, muda a sensação de chão. E, se passa um concorrente à sua direita, você vai ouvir o ruído só desse lado", diz Ficheman, 44, que também faz doutorado na Politécnica.
Para uma simulação mais realista, a equipe fotografou os autódromos de Interlagos e Curitiba. Também chegou a dirigir carros de corrida modificados - os mesmos do game - com uma câmera dentro. Da pista do Interlagos, por exemplo, avista-se até os prédios do Cingapura.
O projeto durou três anos para ficar pronto e foi feito em parceria entre o Laboratório de Sistemas Integráveis Tecnológico, que opera dentro da Politécnica da USP, e a Matic, empresa nacional de brinquedos. O lançamento vai ser na 16ª Exposição Sul-Americana de Indústria de Diversões, entre os dias 3 e 5 de agosto, e deve entrar ainda neste ano no circuito comercial.
Pode-se jogar sozinho, mas os gabinetes são conectáveis a uma rede. É o que os três pesquisadores tem feito até hoje, por incrível que pareça, em suas horas vagas. Quase todos os dias eles tiram rachas virtuais. "Eu gosto de ver quem sai da pista primeiro", ri Djalma.
"Outra versão possível é o "GP Brasil 2.0". Deve surgir nos mesmos moldes, só que com mais pistas, com outros tipos de carros, em outros autódromos, como o de Jacarepaguá, no Rio. A gente ainda não tem data definida, mas é muito provável que seja para o ano que vem. Mas, primeiro, vamos lançar esse", diz Djalma.

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