São Paulo, segunda-feira, 11 de setembro de 2000

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A SEMANA

ESPORTE
Pilotos brasileiros invadem Mundial de Kart

Brasil é o segundo país com maior número de pilotos na Fórmula A, perdendo apenas para a França; a média de idade entre os corredores nacionais é de 17 anos
AUGUSTO PINHEIRO

DA REPORTAGEM LOCAL

O Brasil é o segundo país com maior número de pilotos (14) competindo na categoria Fórmula A, no Mundial de Kart, o principal campeonato do esporte, que terminou ontem em Braga, Portugal. O primeiro é a França, com 15. A média de idade dos participantes nacionais é de 17 anos.
"Estamos em uma ótima fase do kart brasileiro", diz o piloto Augusto Farfus Jr., 17. "O Brasil é um grande celeiro de pilotos. No ano passado, éramos apenas oito no Mundial. Cada ano vem crescendo mais."
Augusto atualmente corre na Fórmula Renault, mas não dispensa os campeonatos de kart. "É importante guiar sempre no limite dois carros diferentes. Assim, eu me adapto melhor a diferentes situações."
Ele afirmou quarta-feira passada, um dia antes do início do campeonato, que não basta talento para vencer, tem de ter sorte também. "Há cinco baterias classificatórias. Em uma largada, alguém pode bater tirar você da corrida", diz o garoto, que mora na Itália.
Menos acostumada aos campeonatos internacionais, Bia Figueiredo, 15, é a primeira brasileira a encarar um mundial e a única mulher da turma. "É legal, mas não fico pensando nisso. Na pista, não importa se você é homem ou mulher", diz.
Ela começou no kart há oito anos, em São Paulo. "Um dia, meu pai me levou para ver uma corrida em Interlagos e me apaixonei pelo esporte. Sempre gostei de carros", lembra.
Ela estava confiante na performance dos brasileiros. "Acho que três ou quatro devem ficar entre os dez melhores."
Minoria em um esporte dominado por homens, ela ainda enfrenta o preconceito: "Quando cheguei para treinar, os pilotos da minha equipe perguntaram por que eu não ia para a cozinha preparar o almoço deles". Bia conta que deu risada e virou a cara. Mas, depois que conseguiu reduzir seu tempo, os rapazes foram cumprimentá-la. "Tem de impor respeito", ensina.
Para ela, uma das vantagens de disputar o Mundial é o esquema de trabalho. "Na Europa, eu aprendo muito porque só há um mecânico e tenho de ajudá-lo. No Brasil, são quatro. Então, aqui, além de correr bem, tem de mexer bem no carro. É trabalho em dobro."
Único representante brasileiro da categoria Super A (para maiores de 18 anos com pelo menos um ponto em competições internacionais), Ruben Carrapatoso, 19, tinha uma boa expectativa para o campeonato, apesar de ainda estar se recuperando de um acidente.
"O caminhão onde eu estava bateu em outro, e fiquei com uma perna presa nas ferragens", conta. "Mas já estou quase 100% bom." Campeão mundial de 98, ele sonha, como Bia e Augusto, em chegar à Fórmula 1. "Para se dar bem, tem de ter muita concentração, vontade e treino", afirma.
Para saber a performance dos brasileiros no campeonato, confira o site www.allkart.net, que traz tudo sobre o Mundial.



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