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02 neurônio
As festas e as cartomantes
O QUE uma pessoa normal faz em uma
festa? Dança, paquera, bebe. E o que
garotas anormais fazem? Bem, se na
festa tiver uma cartomante, vidente ou qualquer coisa parecida (e, sim, isso existe), elas
deixam de dançar e de paquerar para fazer
uma consultinha rápida. Os fatos abaixo relatado são verídicos.
Duas de nós decidiram consultar uma cartomante em uma festa badalada semana passada. Demoraram meia hora pra chegar até a
moça, já que tiveram que andar no contrafluxo de uma multidão tipo decisão no estádio
do Morumbi.
A cartomante disse que uma de nós estava
com o coração fechado e precisava se abrir
para o amor. Sim, as videntes acertam muitas vezes. Afinal, em vez de olhar para os rapazes da festa, a moça estava gastando seu
tempo, maquiagem e modelo conversando
com uma vidente! E, depois da consulta, ainda espalhou
para os meninos bonitos que eles deviam se consultar,
porque a tal mulher era ótima.
A outra deixou de olhar para a festa para perguntar sobre pretês. Que não estavam lá.
O auge da loucura aconteceu com essa mesma moça,
que um dia se consultou com uma taróloga da Lôca (clube de São Paulo com freqüência 95% gay). E o que a vidente disse? "Minha filha, pra arrumar um namorado você precisa parar de freqüentar lugares como esse." Rarararará. Precisava ser vidente e sentir coisas para falar
uma profecia dessas?
Sim, somos ridículas. Mas também não somos ridículas. Isso porque sabemos que não
ganharíamos tanto assim paquerando
em festas. E nada
como a certeza de
ouvir a mulher do
tarô falar que: sim,
existe um grande
amor na sua vida. E
seu trabalho será
reconhecido. E no
fim, tudo vai dar certo. Essa certeza
acalanta as nossas noites. E depois disso, podemos dormir
em paz.
Acreditamos em duendes. E em homens.
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