São Paulo, segunda-feira, 11 de setembro de 2006

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02 neurônio

As festas e as cartomantes

O QUE uma pessoa normal faz em uma festa? Dança, paquera, bebe. E o que garotas anormais fazem? Bem, se na festa tiver uma cartomante, vidente ou qualquer coisa parecida (e, sim, isso existe), elas deixam de dançar e de paquerar para fazer uma consultinha rápida. Os fatos abaixo relatado são verídicos.
Duas de nós decidiram consultar uma cartomante em uma festa badalada semana passada. Demoraram meia hora pra chegar até a moça, já que tiveram que andar no contrafluxo de uma multidão tipo decisão no estádio do Morumbi.
A cartomante disse que uma de nós estava com o coração fechado e precisava se abrir para o amor. Sim, as videntes acertam muitas vezes. Afinal, em vez de olhar para os rapazes da festa, a moça estava gastando seu tempo, maquiagem e modelo conversando com uma vidente! E, depois da consulta, ainda espalhou para os meninos bonitos que eles deviam se consultar, porque a tal mulher era ótima.
A outra deixou de olhar para a festa para perguntar sobre pretês. Que não estavam lá.
O auge da loucura aconteceu com essa mesma moça, que um dia se consultou com uma taróloga da Lôca (clube de São Paulo com freqüência 95% gay). E o que a vidente disse? "Minha filha, pra arrumar um namorado você precisa parar de freqüentar lugares como esse." Rarararará. Precisava ser vidente e sentir coisas para falar uma profecia dessas?
Sim, somos ridículas. Mas também não somos ridículas. Isso porque sabemos que não ganharíamos tanto assim paquerando em festas. E nada como a certeza de ouvir a mulher do tarô falar que: sim, existe um grande amor na sua vida. E seu trabalho será reconhecido. E no fim, tudo vai dar certo. Essa certeza acalanta as nossas noites. E depois disso, podemos dormir em paz.
Acreditamos em duendes. E em homens.


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