"Cada dia que passa fico mais revoltada com aquele órgão que insiste em dizer que representa os estudantes: a UNE.
Na última semana foi possível acompanhar a "novela" para a aquisição de ingressos com desconto para o show do Red Hot. Filas enormes, má vontade da instituição e dos atendentes, falta de informação, quebra-quebra e outras manifestações, numa demonstração de total desrespeito com os estudantes.
Como eu não podia amanhecer na fila para comprar ingresso nem ali permanecer até as 14h (horário estipulado para a venda) ou pedir para alguém comprar -a venda era de um ingresso por pessoa-, tive de comprar o ingresso pelo preço inteiro, sob pena de perder o show, tendo meu direito lesado.
Muitas pessoas estiveram na mesma situação, e o ocorrido é mais um dos fatos "hilários" que envolvem a UNE. Adquirimos a carteirinha mediante o pagamento de um valor altíssimo (imaginem R$ 15 ou R$ 20 multiplicados por todas as pessoas que a compraram) e não podemos utilizá-la, numa demonstração de mau-caratismo da instituição e de demais empresas de entretenimento. É claro que esse fato não é o primeiro nem será o último. Fica aqui meu protesto."
Lilia de Oliveira Marques (via e-mail)
o que diz a UNE
Segundo Daniel Vaz, presidente da UEE de São Paulo (União Estadual dos Estudantes) -braço da UNE nos Estados-, os produtores do show distribuíram apenas 1.200 ingressos para serem vendidos aos estudantes (o total de ingressos vendidos foi de 6.000). ""Os produtores do show não cumpriram o que combinaram, que era entregar 500 ingressos por dia para os estudantes, para totalizar 3.500 ingressos", diz Daniel.
Além disso, ele afirma que os ingressos destinados à entidade só foram entregues pela produtora a partir da quinta-feira (30/9), quando os ingressos já estavam à venda pelo preço inteiro em outros pontos.
Daniel nega que tenha havido mau atendimento e quebra-quebra na sede da UNE e promete entrar na Justiça na próxima vez em que uma produtora não cumprir um acordo com a entidade.
o que diz o Credicard Hall
A assessoria de imprensa da casa afirma que os ingressos foram vendidos simultaneamente na sede da UNE, nas lojas Levi's e na bilheteria do Credicard Hall e nega que tenha havido cota de ingressos menor para os estudantes.
o que diz o Procon
Segundo a assistente de direção de fiscalização do órgão, Elaine Aparecida Casaes, o número de ingressos destinados à meia-entrada não pode ser limitado a uma cota. Ela diz que quem tiver o direito à meia-entrada negado deve fazer um boletim de ocorrência numa delegacia e fazer uma denúncia ao Procon (tel. 0/xx/11/1512). Além disso, produtores de shows são obrigados a informar o público sobre o local onde é feita a venda de ingressos para estudantes.