|
Texto Anterior | Índice
ESCUTA AQUI
Alvaro Pereira Júnior - cby2k@uol.com.br
Malcolm McLaren, ou todo punk é de butique
Desculpe esse papo chato de "minha geração", mas
morreu na semana passada um cara fundamental
para, pois é, a minha geração-Malcolm McLaren,
inventor do punk inglês.
O que vale dizer inventor do punk, ponto, porque foi
da Inglaterra que a fúria punk se disseminou.
Malcolm Robert Andrew McLaren, filhinho de papai
criado pela avó chiquésima e distante, era o armador-mor, o trambiqueiro genial, o dândi manipulador, o teórico pop. Foi ele que criou os Sex Pistols e criou, acima
disso, a mística dos Sex Pistols. Gênio, era, mas gostava
de se fazer de mais genial ainda. Mostrava-se como o
grande Svengali que pegou um quase mendigo, Johnny
Rotten, mais três músicos medíocres e formou a banda
que mudou tudo.
Mais ou menos. Rotten não era uma besta, ao contrário -era um gênio manipulador igual ou maior do que o
próprio McLaren. E os outros três Pistols eram músicos
experientes, já tocavam muito antes da banda. A estética e a ética eram do "do it yourself", vá lá e faça, mas a
produção do primeiro álbum foi entregue a um macaco
velho, Chris Thomas, especialista em hard rock e progressivo, justo o que os Pistols vinham destruir.
McLaren foi casado, ou meio casado, ou quase meio
casado com a estilista Vivienne Westwood. Eram sócios
na butique Sex. Mais que loja, um "hang-out" de desocupados e párias em geral. Como Johnny Rotten, então
John Lydon. Segundo o próprio McLaren, o objetivo de
suas lojas era "não vender absolutamente nada".
Depois dos Pistols, McLaren continuou inventando
bandas, provocando. Lançou disco como artista pop.
Mas ele já tinha feito os Sex Pistols. Já tinha feito tudo.
Texto Anterior: Concurso: Procuram-se talentos Índice
|