São Paulo, segunda-feira, 12 de abril de 2010

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Alvaro Pereira Júnior - cby2k@uol.com.br

Malcolm McLaren, ou todo punk é de butique

Desculpe esse papo chato de "minha geração", mas morreu na semana passada um cara fundamental para, pois é, a minha geração-Malcolm McLaren, inventor do punk inglês.
O que vale dizer inventor do punk, ponto, porque foi da Inglaterra que a fúria punk se disseminou.
Malcolm Robert Andrew McLaren, filhinho de papai criado pela avó chiquésima e distante, era o armador-mor, o trambiqueiro genial, o dândi manipulador, o teórico pop. Foi ele que criou os Sex Pistols e criou, acima disso, a mística dos Sex Pistols. Gênio, era, mas gostava de se fazer de mais genial ainda. Mostrava-se como o grande Svengali que pegou um quase mendigo, Johnny Rotten, mais três músicos medíocres e formou a banda que mudou tudo.
Mais ou menos. Rotten não era uma besta, ao contrário -era um gênio manipulador igual ou maior do que o próprio McLaren. E os outros três Pistols eram músicos experientes, já tocavam muito antes da banda. A estética e a ética eram do "do it yourself", vá lá e faça, mas a produção do primeiro álbum foi entregue a um macaco velho, Chris Thomas, especialista em hard rock e progressivo, justo o que os Pistols vinham destruir.
McLaren foi casado, ou meio casado, ou quase meio casado com a estilista Vivienne Westwood. Eram sócios na butique Sex. Mais que loja, um "hang-out" de desocupados e párias em geral. Como Johnny Rotten, então John Lydon. Segundo o próprio McLaren, o objetivo de suas lojas era "não vender absolutamente nada".
Depois dos Pistols, McLaren continuou inventando bandas, provocando. Lançou disco como artista pop. Mas ele já tinha feito os Sex Pistols. Já tinha feito tudo.


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