São Paulo, segunda-feira, 12 de junho de 2000
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TECNO Não é difícil namorar via net, mas há muitas armadilhas nesse jogo de amor cibernético Achar um amor na rede é faca de dois gumes
ALEXANDRE VERSIGNASSI
Quem não tem com quem comemorar o 12 de junho e
vem tentando arrumar alguém pela Internet descobre algumas coisas interessantes acerca do mundo virtual. Primeiro: dá para conhecer bem mais gente que no
mundo real. Segundo: em consequência disso, você pode entrar em muito mais roubadas.
É o caso de uma amiga minha que se inscreveu naquele "Amor AOL" (http://amor.americaonline.com.br).
Para quem não sabe, é um serviço em que indivíduos
registram um perfil tipo "vi tal filme", "li tal livro" e "bebo apenas socialmente". Eles deixam um endereço de e-mail e esperam por propostas românticas de outros indivíduos que tenham hábitos parecidos.
Bom, logo que essa minha amiga se inscreveu lá, teve
sua caixa postal entupida por pretendentes. Foi trágico.
Para se ter idéia, sinta a poesia da mensagem de um deles: "A título de personalidade, criei minha banda de
rock com a proposta de uma música elaborada, baseada
em Oscar Wilde, Jack Kerouac e Goethe. Não sei se um
dia venderei um disco. Porém, minha maior cliente está
plenamente satisfeita: minha alma."
Pois é. E no texto original ainda faltavam pontos e vírgulas. Agora, imagine se esse figura vai a um barzinho,
chega em uma menina e solta um xaveco desses. Se o cara tiver algum instinto de auto-preservação, isso nunca
iria acontecer.
Já na Internet, a coisa é diferente. Protegidas por um
nickname, as pessoas perdem um pouco do medo de
parecer imbecis e acabam falando o que lhes dá na telha.
E isso pode ser muito bom, já que acaba dando para
descartar a lixarada com mais eficiência, e melhor, sem
ter o desprazer de ver o rejeitado fazendo cara de cachorro sem dono.
Mas, no final das contas, até que dá para encontrar
gente interessante pela rede. Afinal, são comuns os casos de pessoas normais que se conheceram em algum
chat da vida e acabaram se apaixonando de verdade.
Note bem, digo "normais" porque não está sendo considerado o caso de nerds e-diotas que dizem ter várias
namoradas virtuais e nunca vivenciaram experiências
como transar sem ter de pagar depois.
O problema é que alguns portais com salas de bate-papo não ajudam muito. Parece que acham que seus
usuários são meio otários. É só dar uma olhada nos nomes e chamadas de algumas salas por aí. Tem uma que
fala: "Quer namorar? Entre aqui para conhecer pessoas
que querem algo mais...", e outra: "Se já encontrou o seu
grande amor, não entre aqui". Haja paciência. Será que
os responsáveis pelos sites pensam que alguém leva isso
a sério? Só se forem os caras que entram em salas com
nomes como "Festa do Cabide" e "Liberou Geral" e
acham que vão encontrar mulheres dispostas a tudo.
De qualquer maneira, os casadoiros de plantão podem ir tentando a sorte em alguns sites, como o www.enamorados.com.br, com dicas de festas, o www.bestlife.com.br, que se propõe a premiar casais que se conhecerem pelas suas páginas, e o ww10.terra.com.br/namorados, que traz vários cartões virtuais para você sair distribuindo em e-mails por aí e ver
se pega alguma coisa. E-mail - aversignassi@uol.com.br Texto Anterior: Eu leio Próximo Texto: Internotas Índice |
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