São Paulo, segunda-feira, 13 de setembro de 2004

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02 NEURÔNIO

Seguindo o amor

JÔ HALLACK
NINA LEMOS
RAQ AFFONSO


Dia desses, lemos uma notícia que dizia que um rapaz estava sendo processado porque começou a rastrear a vida de sua ex-namorada através do GPS, aquele sistema de localização via satélite. Ara Gabrielyan -que morava na Califórnia- instalou um celular no carro da "ex" e ficava acompanhando seus passos. Não conseguimos entender o que levou esse rapaz a fazer isso!
Quer dizer, até entendemos. E muito bem: ele está superego descontrol. Mesmo assim, é um pouco demais. Confessamos: já tivemos vontade de seguir os outros. Mas nos controlamos e a vontade passou! É claro que não era um "ex"!
Porque, quando terminamos com alguém ou quando alguém termina com a gente, só queremos uma coisa na vida: que essa pessoa desapareça. Não queremos saber onde ele anda. Queremos que ele suma. De preferência, vá para outro planeta.
Afinal, nada mais horrível do que encontrar-se com um ex-pretê em uma balada, qualquer que seja a situação, porque...
- Se você ainda gosta dele: ele pode estar acompanhado! E você pode desmaiar!
- Se você não gosta dele: você pode estar acompanhada. Mas vai se lembrar dos velhos tempos e será tomada por uma dúvida atroz. Ou vai se sentir péssima. E ele pode ficar bêbado e dar vexame!
- Também há um terceiro ponto: vocês dois perceberam, juntos, que não tinha mais nada a ver. E vão ficar amigos. Mas, nesta coluna, só trabalhamos com casos de amor. Desses que destroçam corações.
É claro, sempre temos uma pequena curiosidade para saber que fim levou nosso "ex". Será que ele casou? Com uma mulher mais bonita do que você? Será que ele enriqueceu? Mas, no máximo, apuramos com algumas amigas. E só. E com consciência de que estamos fazendo uma burrada. Afinal, saber sobre a nova vida do seu (ou da sua) "ex" só é bom em duas situações:
1) Você levou um pé na bunda. E descobre que ele caiu num poço de lama e que está chorando na sarjeta.
2) Você deu um pé na bunda e está um pouco com culpa. Daí descobre que ele está bem. Mas você está melhor.
No caso de Ara Gabrielyan -que pode passar seis anos vendo o sol nascer quadrado-, o objetivo era aparecer nos mesmos lugares em que sua "ex" (ele apareceu na tumba do irmão morto dela, como se fosse por acaso). E tentar reatar. Nunca ninguém levou um contatinho tão a sério! E pode-se dar tão mal por causa disso!


MOMENTOS DE HISTERIA

Ninguém deixa de ser seu "ex"

02neuronio@uol.com.br


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