São Paulo, Segunda-feira, 13 de Dezembro de 1999


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Se fumar emagrecesse, não existiria fumante obeso

free-lance para a Folha

Em muitos países, as garotas começam a fumar achando que, assim, vão perder peso. Segundo pesquisas da Organização Mundial de Saúde, a proporção das jovens que fumam porque crêem que continuarão magras é de três a quatro meninas para cada menino. "Se o tabaco fosse bom para perder quantidades significativas de peso, nós não veríamos fumantes obesos", ironiza a psicóloga Janet Brigham, uma das maiores especialistas nos efeitos do cigarro no organismo.
E a propaganda só reforça essa falsa idéia. "Belíssimas modelos foram incorporadas às propagandas das mais variadas marcas, e dois novos tipos de cigarro foram criados: light e slim", diz Corinne Husten, chefe do Escritório de Fumo ou Saúde do Centro de Prevenção e Controle de Doenças de Atlanta, EUA. Para várias palestrantes da conferência, o tipo slim é um projeto especialmente voltado para as mulheres. Ele é mais fino e comprido, ou seja, mais "magrinho" que os outros.
Adolescentes e mulheres jovens se sentem particularmente atraídas pelos chamados light. Essa preferência vem da associação que o termo light tem com produtos saudáveis e que não engordam. Pão light, refrigerantes light, pastilhas light... cigarro light.
A Comunidade Européia já proibiu o uso de expressões como light, ultralight, low smoke, less smell, pois quem consome pode pensar que leva um produto que faz "menos mal" à saúde.
Os especialistas afirmam que, quando a pessoa começa a fumar, até pode perder alguns poucos quilos, cerca de 3 kg, mas ela não continua perdendo. Ao abandonar o vício, ganha os quilos de volta e outros tantos porque passa a comer mais para driblar a vontade de fumar.
Para controlar o ganho de peso, as jovens que estão abandonando o cigarro devem começar a fazer exercícios físicos e prestar atenção ao que comem.
Garotas do mundo inteiro estão se mobilizando para acabar com o vício do cigarro. Você pode conhecer o trabalho de algumas delas pela Internet (www.girlsplace.com; www.girlsinc.org; www.health.org/gpower; e www.inwat.org/young.htm). Quem sabe você também não se inspira a fazer um em português.


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