São Paulo, Segunda-feira, 13 de Dezembro de 1999


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Garota está virando adulta, e namorado estranha as reações

ROSELY SAYÃO
Colunista da Folha

"Eu e minha namorada temos 17 anos, nunca transamos e estamos com um pequeno problema. De uns três meses para cá, comecei a colocar o dedo na vagina dela; na hora, ela gosta, mas depois fica na maior depressão. Será que posso ajudá-la? Ela tem muito medo de transar, não confia na camisinha, e acha que somos muito jovens para isso. O meu dedo na vagina pode provocar algum problema para ela? Gosto muito dela e detesto vê-la daquele jeito."

resposta É isso aí: dar um passo para a frente às vezes dói mais do que as pessoas imaginam. É esse o caminho pelo qual sua namorada está passando: ela, quando sente e gosta dos carinhos mais íntimos que vocês fazem, está dando um passo no caminho de ser adulta, de crescer. Afinal o prazer sexual a dois é coisa de gente grande. Mas isso tem um preço: o de ela deixar de ser um pouco criança, de se responsabilizar pelo que faz e o de assumir os riscos que isso implica. Aí, quando ela percebe o passo que está dando, se assusta e se encolhe, por isso fica do jeito que fica.
Mas saiba que esse pode ser um sinal muito positivo: o de quem está comprometido com o que está fazendo, o de quem não está fazendo as coisas de forma alienada. Nem sempre essa angústia que ela expressa é uma dificuldade. Tem gente que pára nesse momento e não consegue dar mais passo nenhum, isso sim é problema. Mas tem gente que fica assim um pouco antes de tomar um novo rumo na vida; é sofrido, mas faz parte.
Claro que esse carinho mais íntimo que vocês fazem não vai provocar problema algum para ela. Ao contrário: vocês estão descobrindo o erotismo, a cumplicidade e o prazer da intimidade passo a passo. O que preocupa a sua namorada não é a carícia em si, mas o que ela significa.
Você não pode ajudá-la a tomar a decisão de arcar com o que ela quer: isso é com ela mesma. Mas você pode estar ao lado dela, respeitando o tempo e os limites dela. Que ela quer o mesmo que você, disso nem ela duvida, pois na hora ela gosta. Só falta ela segurar a barra do dia seguinte, que é o que está pegando. Quando aliviar, ela vai poder decidir o quanto quer e o quanto pode avançar na vida sexual.


Rosely Sayão, 48, é psicóloga. Se você tem dúvidas sobre sexo, escreva para o Folhateen ou para roselys@uol.com.br


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