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Garota está virando adulta, e namorado estranha as reações
ROSELY SAYÃO
Colunista da Folha
"Eu e minha namorada temos 17 anos,
nunca transamos e estamos com um pequeno problema. De uns três meses para cá, comecei a colocar o dedo na vagina dela; na hora, ela gosta, mas depois fica na maior depressão. Será que posso ajudá-la? Ela tem
muito medo de transar, não confia na camisinha, e acha que somos muito jovens para isso. O meu dedo na vagina pode provocar algum problema para ela? Gosto muito dela e
detesto vê-la daquele jeito."
resposta É isso aí: dar um passo para a
frente às vezes dói mais do que as pessoas
imaginam. É esse o caminho pelo qual sua
namorada está passando: ela, quando
sente e gosta dos carinhos mais íntimos
que vocês fazem, está dando um passo no
caminho de ser adulta, de crescer. Afinal o
prazer sexual a dois é coisa de gente grande. Mas isso tem um preço: o de ela deixar
de ser um pouco criança, de se responsabilizar pelo que faz e o de assumir os riscos que isso implica. Aí, quando ela percebe o passo que está dando, se assusta e se
encolhe, por isso fica do jeito que fica.
Mas saiba que esse pode ser um sinal
muito positivo: o de quem está comprometido com o que está fazendo, o de quem
não está fazendo as coisas de forma alienada. Nem sempre essa angústia que ela
expressa é uma dificuldade. Tem gente
que pára nesse momento e não consegue
dar mais passo nenhum, isso sim é problema. Mas tem gente que fica assim um
pouco antes de tomar um novo rumo na
vida; é sofrido, mas faz parte.
Claro que esse carinho mais íntimo que
vocês fazem não vai provocar problema
algum para ela. Ao contrário: vocês estão
descobrindo o erotismo, a cumplicidade e
o prazer da intimidade passo a passo. O
que preocupa a sua namorada não é a carícia em si, mas o que ela significa.
Você não pode ajudá-la a tomar a decisão de arcar com o que ela quer: isso é com
ela mesma. Mas você pode estar ao lado
dela, respeitando o tempo e os limites dela. Que ela quer o mesmo que você, disso
nem ela duvida, pois na hora ela gosta. Só
falta ela segurar a barra do dia seguinte,
que é o que está pegando. Quando aliviar,
ela vai poder decidir o quanto quer e o
quanto pode avançar na vida sexual.
Rosely Sayão, 48, é psicóloga. Se você tem dúvidas sobre sexo, escreva para o Folhateen ou para roselys@uol.com.br
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