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Sexo & Saúde
Jairo Bouer - jbouer@uol.com.br
Pega HIV no beijo?
1
"Conheci um garoto muito bacana, ficamos duas vezes,
mas não rolou sexo. O carinho que ele tem por mim é tão
grande que logo no segundo encontro ele me disse que é
soropositivo. É verdade que há possibilidade de pegar HIV
através de beijos e carinhos?"
2
"Se duas pessoas não têm Aids, qual a possibilidade deles
pegarem uma DST se transarem sem camisinha?"
HÁ ALGUM tempo não recebíamos perguntas sobre a Aids, o que chega a ser
preocupante, já que o HIV continua
circulando em nosso meio. Os especialistas
discutem hoje se a atual geração de jovens se
importa menos com a questão do HIV e da
Aids, já que teria ficado mais distante das fases
mais críticas da doença. Foi uma galera que cresceu ouvindo falar de camisinha, coquetel e vacina e que, talvez,
acabe dando menos importância ao tema do que deveria.
Resultado imediato: os jovens são hoje um dos focos
de atenção e de preocupação das autoridades que trabalham com prevenção de DSTs. Nessa faixa de idade, por exemplo, hoje há mais casos novos de Aids entre garotas
do que entre garotos, o que inverte uma relação histórica
de mais homens contaminados do que mulheres.
E os homens que fazem sexo com homens também estão deixando a proteção de lado, abandonam a camisinha em vários contatos íntimos e se expõem às DSTs.
Não existe risco de se contaminar com HIV trocando
carinhos e beijos com alguém que é soropositivo. Mas
sexo com penetração (inclusive oral) exige uso de proteção, para evitar a troca de fluidos sexuais e de sangue e o
contato direto com a mucosa (tecido que reveste vagina,
pênis, boca e ânus).
Mesmo que duas pessoas heterossexuais ou homossexuais não tenham Aids, elas podem ter outras DSTs. É
por isso que se insiste no uso de preservativo. O que se
vê, infelizmente, é que os casais começam a usar camisinha, mas logo deixam a proteção de lado, sem nem ter feito antes uma avaliação médica e os exames necessários para garantir que está tudo em ordem com a saúde.
Mesmo com exames em ordem e uma relação afetiva
estabelecida, o que se pergunta hoje é: será que vale a pena deixar a camisinha de lado no namoro? Apesar do
pacto de fidelidade "implícito", será que as pessoas
conseguem, de fato, cumprir com seu compromisso? Alguns sim, e outros alguns não! Pesquisas
de comportamento sexual feitas no Brasil
mostram que até um terço dos
garotos e pouco mais de 10%
das garotas acabam tendo
relações com parceiros
estáveis e eventuais no
mesmo período. Será que
não é melhor todo mundo, solteiros e namorados, se garantirem com
camisinha?
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