São Paulo, segunda-feira, 14 de abril de 2008

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Sexo & Saúde

Jairo Bouer - jbouer@uol.com.br

Pega HIV no beijo?

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"Conheci um garoto muito bacana, ficamos duas vezes, mas não rolou sexo. O carinho que ele tem por mim é tão grande que logo no segundo encontro ele me disse que é soropositivo. É verdade que há possibilidade de pegar HIV através de beijos e carinhos?"

2
"Se duas pessoas não têm Aids, qual a possibilidade deles pegarem uma DST se transarem sem camisinha?"


HÁ ALGUM tempo não recebíamos perguntas sobre a Aids, o que chega a ser preocupante, já que o HIV continua circulando em nosso meio. Os especialistas discutem hoje se a atual geração de jovens se importa menos com a questão do HIV e da Aids, já que teria ficado mais distante das fases mais críticas da doença. Foi uma galera que cresceu ouvindo falar de camisinha, coquetel e vacina e que, talvez, acabe dando menos importância ao tema do que deveria.
Resultado imediato: os jovens são hoje um dos focos de atenção e de preocupação das autoridades que trabalham com prevenção de DSTs. Nessa faixa de idade, por exemplo, hoje há mais casos novos de Aids entre garotas do que entre garotos, o que inverte uma relação histórica de mais homens contaminados do que mulheres.
E os homens que fazem sexo com homens também estão deixando a proteção de lado, abandonam a camisinha em vários contatos íntimos e se expõem às DSTs.
Não existe risco de se contaminar com HIV trocando carinhos e beijos com alguém que é soropositivo. Mas sexo com penetração (inclusive oral) exige uso de proteção, para evitar a troca de fluidos sexuais e de sangue e o contato direto com a mucosa (tecido que reveste vagina, pênis, boca e ânus).
Mesmo que duas pessoas heterossexuais ou homossexuais não tenham Aids, elas podem ter outras DSTs. É por isso que se insiste no uso de preservativo. O que se vê, infelizmente, é que os casais começam a usar camisinha, mas logo deixam a proteção de lado, sem nem ter feito antes uma avaliação médica e os exames necessários para garantir que está tudo em ordem com a saúde.
Mesmo com exames em ordem e uma relação afetiva estabelecida, o que se pergunta hoje é: será que vale a pena deixar a camisinha de lado no namoro? Apesar do pacto de fidelidade "implícito", será que as pessoas conseguem, de fato, cumprir com seu compromisso? Alguns sim, e outros alguns não! Pesquisas de comportamento sexual feitas no Brasil mostram que até um terço dos garotos e pouco mais de 10% das garotas acabam tendo relações com parceiros estáveis e eventuais no mesmo período. Será que não é melhor todo mundo, solteiros e namorados, se garantirem com camisinha?


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