São Paulo, segunda-feira, 14 de agosto de 2000


Envie esta notícia por e-mail para
assinantes do UOL ou da Folha
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

ESTANTE

Frases de Shakespeare dizem muito em poucas palavras

Algum dia é preciso encontrar William Shakespeare, pode crer. Qualquer sujeito civilizado, mesmo que não pense muito ou tenha pouco interesse nas coisas da arte, de repente tropeça em alguma coisa dele. Nem que seja a mitologia de, por exemplo "Romeu e Julieta", uma das mais comoventes histórias de amor de toda a longa trajetória da humanidade neste planeta.
Então pode começar pela borda. Pode ser por um dos vários filmes adaptados de sua obra ou por algum filme sobre sua vida. Também pode ser pela leitura de algum de seus brilhantes sonetos, por alguma das peças que compôs para teatro ou ainda pela leitura de observações que Shakespeare botou na boca de seus personagens. Para quem curtiu essa última idéia, apareceu faz pouco uma seleção de frases do imenso dramaturgo e poeta inglês, feita pelo escritor Sérgio Faraco. Chama-se "Shakespeare de A a Z".
A seleção toma como base a tradução feita por Carlos Alberto Nunes para a editora Melhoramentos, que pode não ser, no conjunto, a melhor de todas, mas não faz feio, apesar de o ritmo do português encontrado pelo tradutor ter algum problema em relação à língua que se usa hoje em dia. Mas não tem nada: Shakespeare sobrevive a tudo, seja nas tragédias ou nas comédias.
Veja o caso de "Hamlet", outra de suas criações absolutas: lá estão frases que parecem vir da profundeza dos tempos, tal a sua sabedoria e sua simplicidade, como: "Há mais coisas entre o céu e a terra do que sonha nossa vã filosofia" ou "A verdadeira substância da ambição é a sombra de um sonho".
A seleção de Faraco está organizada por temas -para não deixar em branco, é bom lembrar que existem também seleções desse tipo tiradas da obra de autores brasileiros, como os dois maiorais, Machado de Assis e Guimarães Rosa. Então a gente lê como quer, indo do verbete "Amizade" ("A amizade é constante em tudo, menos nos assuntos do amor", da peça "Muito Barulho por Nada") até "Rosto" ("Não existe arte que ensine a ler no rosto as feições da alma", frase presente em "Macbeth"). Sabedoria pura, sem gelo.

E-mail: fischerl@uol.com.br


Texto Anterior: Rápidas
Próximo Texto: Nas bancas
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.