São Paulo, segunda-feira, 14 de outubro de 2002

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FOLHATEEN EXPLICA

Partidos de oposição a FHC ganham mais espaço na Câmara

Como fica a distribuição do poder após as eleições?

DA REDAÇÃO

Seja quem for o presidente eleito no segundo turno, uma coisa é certa: para conseguir governar, ele precisará negociar o apoio do Congresso, que é formado pela Câmara dos Deputados e pelo Senado, os responsáveis por criar e aprovar as leis.
Nestas eleições, houve uma mudança grande na composição de forças das duas Casas, sendo que os partidos de oposição ao governo Fernando Henrique Cardoso (PT, PL, PC do B, PSB, PPS, PDT e PMN ) tiveram um crescimento expressivo.
Dentre eles, o PT de Luiz Inácio Lula da Silva foi quem saiu mais fortalecido. O partido, que hoje tem apenas a quarta maior bancada da Câmara, terá, a partir de 2003, o maior número de deputados federais, 91.
Em contraponto, o PSDB de José Serra, que hoje é a segunda maior força na Câmara, passará para o quarto lugar, com 71 deputados, ficando atrás do PT, do PFL e do PMDB.
Independentemente de quem for eleito, será preciso muita costura política para obter o apoio da maioria dos deputados em votações importantes.
E o tempo de alinhavar essas alianças para 2003 começa agora com as composições dos apoios a Serra ou a Lula no segundo turno e se torna ainda mais intensa depois de definido o nome do novo presidente.
Os partidos que terão peso decisivo nesse jogo de poder são o PFL e o PPB, que não apoiaram institucionalmente nenhum candidato à Presidência. Os dois partidos sofreram pequenas reduções em suas bancadas, mas, juntos, terão 133 deputados a partir de 2003.
O papel desses dois partidos se torna crucial porque, na Câmara, as coligações de Lula e de Serra estão equilibradas, com uma ligeira vantagem para o tucano. A de Lula, composta por PT, PL, PC do B e PMN, terá 25,3% dos deputados, já a de Serra, formada por PSDB e PMDB, 28,3%.
Senado
Neste ano, foram eleitos dois terços dos senadores, que têm mandato de oito anos. De novo, o PT foi o grande vencedor, passando de oito para 14 senadores.
Se o PT cresceu, os partidos que compunham a base de apoio do governo FHC sofreram uma redução. O PMDB perdeu quatro senadores, e o PSDB, três. Já o PFL ganhou apenas mais uma cadeira.
Entretanto os três juntos terão 49 senadores, o suficiente para a aprovação de uma emenda constitucional, e podem complicar a vida de Lula no caso de uma vitória do petista.
Por outro lado, se Lula for eleito, contará com o apoio de peso do senador José Sarney (PMDB) e ainda terá o senador recordista de votos, Aloizio Mercadante.



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